O Ministério Público da Paraíba lançou nesta segunda-feira (27) a quarta etapa da Operação Resgate: a campanha “Criança não Precisa de Esmola, Precisa de Escola”. A proposta desta etapa é esclarecer à população a necessidade de que ela se engaje nesta campanha, evitando dar esmolas às crianças e adolescentes que vivem nas ruas e trabalhando nos semáforos.
O lançamento da campanha aconteceu no Auditório da Procuradoria Geral de Justiça e contou com a presença de menores que participam “Agente Jovem do Município”, que também se engajarão na campanha. Esta nova fase da Operação Resgate contará com o trabalho voluntário de alunos dos Cursos de Direito e Psicologia das universidades Federal e particular, que farão um trabalho de panfletagem nos semáforos.
Segundo a segunda curadora da Infância e Juventude da Capital, Soraya Escorel, quando alguém dá esmola às crianças e adolescentes na rua, alimentar uma rede de mendicância e exploração. “Nós queremos realmente mobilizar a sociedade para a problemática. Para isso, a campanha terá 15 dias de duração e será intensificada aos sábados, quando será montada uma tenda, durante todo o dia, no Busto de Tamandaré”, afirmou.
Para atrair o público, afirma a curadora, crianças e adolescentes assistidas por projetos sociais farão apresentações. “Será uma oportunidade das pessoas conhecerem esses projetos e passarem a canalizar o dinheiro da esmola para essas entidade, que se propõem a transformar a vida de uma criança e de um adolescente, através do envolvimento com a atividade”, acrescentou Soraya, observando que o dinheiro dado às crianças e adolescentes nas ruas servem, na maioria das vezes, para alimentar o vício das drogas, como bebidas, tinner, cola e outros produtos.
A procuradora-geral de Justiça, Janete Ismael, ao fazer a abertura oficial da campanha, disse que a sociedade precisa canalizar o dinheiro da esmola para os programas sociais que visam a promoção das crianças e adolescentes. Lembrou que, na primeira fase da Operação Resgate, foram retiradas das ruas cerca de 243 crianças e adolescentes. Muitas delas vieram de outras cidades e até de outros estados. Nestes casos, a Curadoria da Infância e Juventude da Capital entrou em contanto com os Conselhos Tutelares destes lugares e solicitou que um membro se deslocasse a João Pessoa para levar as crianças de volta.
Na segunda fase, os curadores Aderbaldo Soares e Soraya Escorel realizaram uma reunião com os pais e as crianças para orientá-los sobre as implicações jurídicas de estarem nas ruas e perguntar deles o que esperavam da Operação Resgate. Na terceira fase, as famílias receberam a visita de psicólogos e assistentes sociais do Ministério Público, que fizeram um diagnóstico de cada família.
O curador da Infância e Juventude da Capital, Aderbaldo Soares afirmou que para a Operação Resgate ter o sucesso desejado, é preciso que a sociedade deixe de dar esmolas às crianças e adolescentes. “Só assim, conseguiremos fazer com que as crianças desistam da rua e busquem a escola”, disse.
Assessoria