
Na semana passada, em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa Câmara dos Deputados, o chefe dos Correios criticou a entrega da empresa para a iniciativa privada. — Foto:Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta sexta-feira 14, que vai demitir o presidente dos Correios, o general Juarez Aparecido de Paula Cunha. O comunicado ocorreu no fim do café da manhã com jornalistas, em Brasília. O motivo seria o comportamento do militar. Segundo Bolsonaro, o general age como “sindicalista”.
O presidente ainda não declarou quem deve assumir o cargo deixado pelo general Cunha, mas afirmou ter feito o convite ao general Santos Cruz, demitido na quinta-feira 13, da Secretaria de Governo. O general Juarez Aparecido de Paula Cunha assumiu a estatal ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, quando a empresa estava sob o guarda-chuva do ex-ministro das Comunicações, Gilberto Kassab.
No último dia 5, o general esteve no Congresso e fez críticas ao processo de privatização dos Correios. Para ele, apenas a parte lucrativa da empresa irá para a iniciativa privada, e os brasileiros terão que arcar com os custos do que restar.
“Ele se comporta como um sindicalista”, disse Bolsonaro. O presidente da República também criticou o fato de Juarez Aparecido ter tirado fotos com parlamentares de oposição e sindicalistas durante a audiência.
Em abril, Bolsonaro já havia autorizado estudos para a desestatização da companhia e voltou a dizer que o tema ganhou força no governo na semana passada, em uma publicação no Twitter.
Com 356 anos de existência, a empresa é subordinada hoje ao Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação. Após prejuízos registrados entre 2013 e 2016, a estatal registrou lucro de R$ 161 milhões em 2018 e de R$ 667,3 milhões em 2017.