O acusado de matar a adolescente Fernanda Ellen, Jefferson Soares foi condenado a 31 anos de prisão em regime fechado. O resultado do julgamento, que aconteceu no dia 2 de setembro, só foi tornado público nesta sexta-feira (20), quando a família da vítima tomou conhecimento.
A juíza Anna Carla Falcão entendeu que Jeferson matou a estudante para roubar o celular dela e, por esse motivo, ele não foi à júri popular, como acontece nos casos de homicídio.
Jefferson confessou a morte de Fernanda Ellen e disse que a matou com o objetivo de conseguir dinheiro para comprar drogas.
Relembre o caso
A estudante desapareceu na tarde do dia 7 de janeiro, quando voltava da escola no bairro Alto do Mateus, em João Pessoa. Desde então, as polícias estaduais se empenharam para encontrar a estudante. Além das investigações da Polícia Civil, equipes da Polícia Militar, inclusive a Polícia Florestal, além do Corpo de Bombeiros trabalharam nas buscas.
Familiares amigos e vizinhos de Fernanda realizaram carreatas protestando pelos trotes que são passados seguidamente dando falsas informações sobre o paradeiro da estudante. De acordo com a tia da garota desaparecida, Maria da Penha Cabral, a família decidiu realizar a manifestação para cobrar uma ajuda verdadeira da população e pedir que os trotes fossem cessados.
O corpo de Fernanda foi enterrado no dia 29 de abril, 112 dias depois da data do desaparecimento da menina. O corpo só foi encontrado no quintal do suspeito no dia 8 de abril, quando o vizinho Jefferson Luís foi preso suspeito de matá-la. O resultado do exame de antropologia forense confirmou que era mesmo de Fernanda.
O corpo foi encontrado enterrado no quintal do suspeito no último dia 8 e o resultado do exame de antropologia forense, divulgado no dia 14, confirmou que era mesmo de Fernanda
O delegado que conduziu o caso, Aldrovilli Grisi, explicou que o celular de Fernanda Ellen foi peça fundamental para elucidação do crime. A polícia chegou até Jefferson Soares, suspeito do crime, a partir da identificação do destino do celular, que foi trocado por pedras de droga dias depois de ter sido roubado de Fernanda Ellen.
Depois de matar a estudante e enterrar o corpo, o suspeito recebeu R$ 200 da rescisão do contrato de trabalho como vigia em uma obra no Alto do Mateus, em João Pessoa, e usou o dinheiro para comprar mais droga, que foi consumida com uma mulher não identificada dentro de uma pousada no Centro da cidade. Quando a droga acabou, ele entregou o celular de Fernanda a essa mulher para que ela o trocasse por mais pedras de crack.
O telefone de Fernanda, trocado por cinco pedras de crack, foi localizado pela polícia em uma espécie de depósito no Bairro dos Novais, na capital, junto de vários outros celulares que haviam sido roubados. A partir da localização, a polícia fez o caminho inverso da chegada do celular no Bairro dos Novais.
Após recriar esse caminho, a polícia conseguiu identificar a primeira pessoa a receber o celular de Fernanda, a mulher com quem Jefferson havia consumido o crack na pousada. Foi ela que descreveu Jefferson para a polícia, permitindo a produção do retrato falado. Segundo a polícia, o retrato tem 90% de fidelidade à fisionomia do vizinho de Fernanda Ellen e foi feito com o auxílio da Polícia Federal. A prisão só foi possível porque essa mesma mulher fez o reconhecimento do suspeito.