Paraíba

Abbas pede acordo político para acabar com violência

O presidente palestino Mahmoud Abbas disse que é preciso encontrar uma solução política para acabar com a violência interna palestina que aumentou os temores de

O presidente palestino Mahmoud Abbas disse que é preciso encontrar uma solução política para acabar com a violência interna palestina que aumentou os temores de uma possível guerra civil.
Em um discurso realizado neste sábado em Ramallah, na Cisjordânia, Abbas disse que não é possível existir segurança se não houver um acordo político.

O presidente palestino também criticou o grupo Hamas por não fazer o suficiente para acalmar as tensões entre os palestinos e com doadores ocidentais que suspenderam ajuda direta ao governo.

O Hamas, atualmente no governo palestino, e o Fatah, grupo ao qual pertence Abbas, não conseguem chegar a um acordo em relação a um governo de reconciliação nacional.

O impasse vem causando uma série de choques entre os seguidores dos dois grupos.

Na quinta-feira, o comboio em que o primeiro-ministro palestino, Ismael Haniya, viajava sofreu um ataque e alguns líderes do Hamas acusaram um integrante do Fatah pela ação.

Durante o discurso deste sábado, Abbas negou que tenha havido uma conspiração para assassinar Haniya.

Nesta sexta-feira, Haniya, fez um apelo à "unidade nacional" dos palestinos, em discurso a cerca de 70 mil militantes e simpatizantes do Hamas reunidos em uma manifestação em Ramallah, na Cisjordânia.

Apesar do apelo à união, Haniya criticou o que chamou de "lógica do assassinato" e disse que os responsáveis pelo ataque serão levados à Justiça.

"Nós dizemos a todos que acreditam na lógica do assassinato que isso não assusta nem crianças pequenas do Hamas", disse Haniya à multidão. "Nós aderimos a esse movimento para nos tornarmos mártires, não ministros."

Violência em Ramallah

O ataque e a troca de acusações elevaram ainda mais as tensões entre as duas facções e, também nesta sexta-feira, 32 pessoas saíram feridas de enfrentamentos em Ramallah entre forças de segurança leais ao Fatah com militantes do Hamas, que se dirigiam ao ato no qual Haniya discursava.

A manifestação havia sido organizada para comemorar os 19 anos do Hamas, mas acabou se transformando em uma demonstração de força do grupo.

Os confrontos começaram quando a polícia palestina tentou impedir o avanço de simpatizantes do Hamas.

Um repórter da agência Associated Press relatou que as forças de segurança montaram um cordão de segurança em volta de uma mesquita do Hamas e começaram a bater nos manifestantes quando eles tentaram passar.

Os manifestantes teriam reagido atirando pedras e garrafas contra os policiais, que então teriam passado a disparar as suas armas contra a multidão.

Também houve violência nas ruas de Faixa de Gaza entre militantes mascarados do Hamas e integrantes da força de segurança da Autoridade Palestina, liderada pelo Fatah.

Dahlan

O líder do Fatah acusado de orquestrar o ataque contra Haniya é o ex-ministro de Segurança da Autoridade Palestina Mohammed Dahlan. Para o porta-voz do Hamas, Ismail Radwan, Dahlan "carrega pessoalmente a responsabilidade por essa tentativa de assassinato."

Um dos principais aliados do presidente palestino, Mahmoud Abbas, Dahlan classificou as acusações como uma tentativa do Hamas de “ocultar seus fracassos”.

Antigo aliado de Abbas e crítico ferrenho do Hamas, Dahlan liderou nos anos 90 uma operação de repressão a manifestantes que se negavam a reconhecer a então recém-fundada Autoridade Palestina.

A violência piora o cenário nos territórios palestinos, onde o Fatah e o Hamas negociam um governo de unidade nacional.

O presidente Mahmoud Abbas já falou na possibilidade de novas eleições, mas o Hamas vê essa possibilidade como uma tentativa de golpe contra o seu governo, eleito democraticamente.

Desde que o Hamas venceu as eleições palestinas, no início deste ano, a região está sob embargo dos países ocidentais, que consideram o partido uma organização terrorista. 

BBC Brasil

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