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Violência deixou mais de 34.000 civis mortos em 2006 no Iraque

Mais de 34.000 civis foram mortos em episódios de violência no Iraque em 2006, dos quais quase a metade em Bagdá, segundo um relatório divulgado nesta terça-fei

Mais de 34.000 civis foram mortos em episódios de violência no Iraque em 2006, dos quais quase a metade em Bagdá, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela ONU. O número foi apresentado no momento em que autoridades iraquianas e o Exército americano anunciam um novo plano de segurança para a capital.

Os corpos do meio-irmão de Saddam Hussein, o ex-chefe dos serviços de informação Barzan al-Tikriti, e do ex-presidente do tribunal revolucionário Awad al-Bandar, enforcados na segunda-feira em Bagdá, foram enterrados na mesma noite na cidade natal do ex-presidente iraquiano.

A violência matou 34.452 civis no Iraque em 2006, uma média de 94 mortes por dia, anunciaram nesta terça-feira as Nações Unidas em seu relatório a respeito da situação dos direitos do Homem no país.

Quase a metade dos episódios violentos ocorreu em Bagdá, que registra 16.

867 mortes de acordo com o instituto médico legal da capital, enquanto que 17.

585 foram registradas no restante do país, informam os autores do relatório.

"Bagdá está no centro da violência confessional", constataram: "os grupos armados sunitas e xiitas tentam tomar o controle dos bairros mistos intimidando e assassinando as populações civis, forçadas a se refugiar nos bairros da cidade habitados ou controlados por seu próprio grupo étnico".

Mais de 36.000 iraquianos foram feridos em 2006, enquanto que pelo menos 470.094 pessoas foram desalojadas contra a sua vontade, segundo a ONU, desde o atentado em fevereiro de 2006 contra a mesquita xiita de Samarra (norte de Bagdá) que provocou uma explosão de violência sectária.

As estatísticas do relatório foram estabelecidas a partir de informações do Ministério da Saúde, dos necrotérios e dos hospitais em todo o país.

Sua divulgação ocorre a alguns dias do anúncio pelas autoridades iraquianas e pelo Exército americano de um novo plano de segurança para Bagdá, que prevê principalmente o envio de 17.500 soldados como reforço para a capital além de medidas políticas e econômicas.

"Os primeiros elementos já estão no local", informou na segunda-feira o general americano George Casey, que dirige a Força multinacional no Iraque.

Três brigadas do Exército iraquiano também devem ser mobilizadas como reforço para participar do novo esquema de segurança.

A violência se manteve nesta terça-feira no país, onde pelo menos 20 pessoas foram mortas, sendo 15 em um duplo atentado à bomba no centro de Bagdá.

Em Aouja, cidade situada na periferia de Tikrit (norte) onde está enterrado o corpo de Saddam Hussein, centenas de pessoas foram prestar sua homenagem a Barzan al-Tikriti e Awad al-Bandar.

Uma grande tenda de luto foi erguida, conforme à tradição iraquiana, próximo ao jardim onde estão seus corpos, cada um sob um pequeno monte de terra coberto com a bandeira iraquiana. Este jardim está situado em torno do edifício onde Saddam Hussein está enterrado e que pertence a sua família.

Em Tikrit, apenas algumas bandeirolas são exibidas em memória dos "mártires" Barzan e al-Bandar, condenados à morte em novembro, junto com Saddam, pelo massacre de 148 aldeões xiitas.

Eles foram enforcados na segunda-feira em sigilo absoluto, duas semanas após a execução do ex-presidente. Barzan foi decapitado acidentalmente durante o enforcamento.

Sua execução reavivou as críticas internacionais contra o governo iraquiano, após o polêmico enforcamento de Saddam Hussein.

AFP

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