Após confirmar o teste de uma arma anti-satélite nesta terça-feira (23), autoridades chinesas comunicaram aos Estados Unidos que não têm intenção de instalar armamentos no espaço e que seu programa espacial continuará voltado para as aplicações pacíficas e científicas. Mas o procedimento realizado pelo país em 11 de janeiro mostra que o país já adquiriu o poderio para abater satélites em órbita tecnologia altamente complexa e poderosa.
É mais um feito de um programa espacial que tem mostrado consistentemente suas garras. Basta lembrar que, em 2003, a China se tornou o terceiro país do mundo a desenvolver a capacidade de colocar seres humanos em órbita. Apenas Rússia (1961) e Estados Unidos (1962) até então tinham esse poder.
Os chineses também têm desenvolvido um programa científico forte no espaço, com o lançamento programado de uma sonda orbital à Lua (a ChangE, que deve partir em 2008) e os planos para desenvolver uma estação espacial tripulada na próxima década. Isso sem falar em projetos de observação da Terra, como por exemplo o Cbers (série de satélites de recursos terrestres desenvolvido em parceria com o Brasil).
Mas o feito atual mostra o viés militarizado dos esforços chineses. E os americanos estão preocupados. O Departamento de Estado dos EUA enfatizou que "a vida moderna como a conhecemos" depende da segurança de artefatos colocados no espaço. Basta lembrar que as telecomunicações globais dependem do funcionamento de satélites para concluir que é razão para alarme.
Ainda segundo o Departamento de Estado, representantes do ministério das Relações Exteriores chinês disseram a um diplomata americano em visita à China que o teste recente não deve ser considerado por nenhum país como ameaça e não sinaliza o início de uma corrida pela militarização do espaço.
G1