Mais de 80.000 menores morrem por ano na América Latina por causa da violência, sobretudo familiar, segundo um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado no Panamá e coordenado pelo brasileiro Paulo Pinheiro, consultor da ONU.
O estudo, entregue à secretaria-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 1º de outubro, avalia em 145 bilhões de dólares anuais os danos sociais provocados pela violência, o que equivale a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe.
O brasileiro Paulo Pinheiro, coordenador do estudo solicitado pelo próprio secretário-geral da ONU, Kofi Annan, indicou que "todos os países podem e devem impedir a violência contra as crianças".
Para ele, "não basta castigar os agressores. É necessário transformar a mentalidade das sociedades e as condições econômicas e sociais subjacentes à violência".
Pinheiro acredita que todos os países devem proibir as formas de violência contra as crianças, inclusive os castigos violentos em casa, melhorar os dados estatísticos sobre os casos, ter políticas de prevenção eficazes, leis que obriguem ao cumprimento dos compromissos internacionais de proteção ao menor e de prevenção da violência.
"Não podemos esperar que amanhã essas crianças se tornem cidadãos exemplares, a menos que atuemos de forma integral para mudar o ambiente em que elas se desenvolvem", precisou Pinheiro.
"A violência que atinge os meninos e meninas é uma expressão de deterioração moral, social e cultural. É urgente humanizar nossas sociedades e tomar medidas de proteção para a infância", assegurou Corina Villacorta, vice-presidente da Visión Mundial, uma das organizações não-governamentais vinculadas ao estudo.
AFP