O julgamento de um turco de 25 anos acusado de ter assassinado a sua irmã em junho de 2005 para “limpar a honra” da família começou hoje no Tribunal Provincial de Wiesbaden (oeste da Alemanha).
A morta, de 20 anos, manteve por sete meses um namoro com um alemão de 28 anos, apesar da oposição ferrenha da família, que considerava a relação “desonrosa”.
Os dois irmãos, cujas identidades não foram reveladas, se encontraram para conversar no jardim da casa do namorado alemão, em Wiesbaden. O acusado deu cinco tiros na irmã com uma pistola 9mm.
Duas balas atingiram a cabeça da jovem, que perdeu muito sangue e morreu.
Após os tiros, o acusado fugiu. Pouco depois, ele se apresentou à Polícia e confessou o crime.
A diretora de Assuntos Sociais do estado federado de Hessen, a democrata-cristã Silke Lautenschlaeger, pediu hoje “tolerância zero” para os chamados “crime de honra”, tema que preocupa muito na Alemanha.
O assassinato em fevereiro de 2005 da jovem turco-berlinense Hatin Sürücü, vítima de “um crime de honra” cometido pelos seus próprios irmãos, comoveu a opinião pública e gerou um acalorado debate sobre os casamentos forçados, questionando ao mesmo tempo a política de integração de estrangeiros.
Nos últimos dez anos, calcula-se que cerca de 40 mulheres morreram na Alemanha em “crimes de honra”. Suas famílias consideraram que seu comportamento liberal (não cobrir-se com lenço, não aceitar um casamento forçado ou ter uma vida muito “ocidental”) violva a honra da família.
Os turcos formam a maior comunidade estrangeira na Alemanha. São mais de 2,2 milhões de pessoas nascidas na Turquia ou seus descendentes. Os alemães denunciam que muitos vivem “numa sociedade paralela” e não querem se integrar.
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Turco que matou irmã para “limpar a honra” é julgado na Alemanha
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