Pelo menos 1.847 iraquianos morreram mês passado vítimas da violência, disseram autoridades do país nesta sexta-feira, num momento em que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki promete entregar às forças locais o controle da segurança, em junho de 2007.
O grande o número de civis mortos vem sendo registrado em virtude dos conflitos diários entre milícias xiitas e extremistas sunitas, principalmente em Bagdá.
Nesta sexta-feira, pelo menos 27 pessas morreram, incluindo 14 fazendeiros curdos da cidade de Sinjar, perto da fronteira com a Síria.
Os corpos das vítimas foram localizados por seus familiares, informou Dakhil Karim, vice-prefeito de Sinjar.
Apesar do quase estado de guerra civil, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, afirmou que as forças iraquianas "estarão prontas para assumir a segurança do país em junho de 2007", em entrevista a um jornalista americano da rede ABC.
Ouvido sobre se isto significaria uma retirada das forças americanas a partir desta data, Maliki respondeu: "não posso falar pelo governo dos Estados Unidos, apenas dizer a vocês que, no que nos diz respeito, as nossas forças estarão prontas até junho de 2007", frisou.
Já o Grupo de Estudo sobre o Iraque, presidido pelo ex-secretário de Estado James Baker, recomenda uma retirada progressiva das tropas americanas, havia informado quinta-feira o New York Times, citando fontes próximas ao caso.
Esta comissão independente deve apresentar em 6 de dezembro ao presidente George W. Bush suas conclusões sobre as opções estratégicas ligadas ao compromisso americano no Iraque, um país cada vez mais assolado pela violência.
Segundo o jornal, o relatório apresenta uma combinação de duas posições, descartando o estabelecimento de um cronograma preciso para uma retirada das tropas, rejeitada por Bush, mas afirmando que o mandato dos soldados americanos no Iraque não deve ser ilimitado.
O presidente George W. Bush, por sua vez, advertiu mais uma vez nesta sexta-feira que não tem planos para uma "retirada digna" do Iraque.
Os Estados Unidos possuem atualmente a grande maioria dos 160.000 soldados da força multinacional.
Perguntado sobre quando Bush decidiria aplicar ou não as recomendações, o conselheiro de segurança nacional Stephen Hadley limitou-se a dizer à imprensa na quinta-feira que "isso levará semanas em vez de meses".
AFP