O serial killer que assassinou ao menos cinco prostitutas da região de Suffolk (leste do Reino Unido) deixou apenas jóias nos corpos nus de suas vítimas, o que indicaria uma "assinatura" do crime, informa uma reportagem do jornal britânico "The Guardian".
Segundo o jornal, a revelação reforça a suspeita de que a intenção do assassino seria empreender uma campanha contra as prostitutas que atuam nas ruas da cidade de Ipswich.
De acordo com o "Guardian", o assassino despiu as vítimas, deixando-as apenas com anéis e colares. As cinco mortes ocorreram em apenas 11 dias, e a polícia diz esperar que a velocidade com que o serial killer vem agindo faça com que ele cometa erros que revelem sua identidade
Os cinco corpos nus foram encontrados em diferentes pontos da cidade, causando temor de ataques em série na comunidade, onde os registros de crimes violentos são raros. As vítimas foram identificadas como Gemma Adams, 25, Tania Nicol, 19, Anneli Alderton, 24, Paula Clennell, 24, e Annette Nicholls, 29.
Ao menos uma das vítimas, Alderton, morreu asfixiada, e a polícia tenta descobrir similaridades entre os cinco assassinatos. "Já temos pistas importantes", afirmou Gull, sem revelar detalhes.
Mais de 4.000 pessoas telefonaram para a polícia para passar informações sobre os crimes.
Cerca de cem policiais serão destacados para reforçar os trabalhos de investigação.
Perfil
Especialistas já traçaram o perfil do assassino. "Estamos fazendo um retrato psicológico e já temos dados interessantes", disse Stewart Gull, chefe de investigações da polícia de Suffolk.
Segundo Mike Berry, psicólogo especializado em criminalística, o assassino mostra traços de "excepcional frieza". "Ele parece confiante de que não será pego", escrever Berry no jornal "Daily Mirror". "Ele deve estar fascinado com a cobertura sobre o caso", acrescentou.
O caso em Ipswich lembra os crimes cometidos no século 19 pelo assassino em série que ficou conhecido como "Jack, o Estripador", que matou cinco prostitutas no leste de Londres em 1888.
A identidade de um dos mais famosos "serial killers" nunca foi descoberta.
Na década de 70, outro "serial killer", Peter Sutcliffe chamado de o "Estripador de Yorkshire" matou 13 mulheres a maioria prostitutas no norte do Reino Unido antes de ser preso.
Ontem, o premiê britânico, Tony Blair, lamentou os crimes em série, chamando-os de "horror".
Pistas
A polícia interrogou vários homens que costumam freqüentar a área onde atuam as prostitutas de Ipswich, entre eles, um americano identificado apenas como Gary.
Segundo o "Guardian", ele foi longamente interrogado pelos investigadores, mas alegou que não está "de forma alguma" implicado nos crimes. Ele admitiu conhecer uma das vítimas, Clennell, e colocou a polícia em contato com outras pessoas que poderiam tê-la visto recentemente.
Na noite de ontem, a polícia investigava rumores de que pertences das mulheres assassinadas teriam sido encontrados nos arredores de Ipswich.
Um dos rumores sugeria que roupas da vítimas teriam sido encontradas no rio Orwell, próximo da cidade, e uma segunda pista indicava que uma bolsa teria sido achada na rodovia Norwich, próxima da região onde agem as prostitutas. Um par de tênis de Adams foi recolhido no local.
Recompensa
O jornal britânico "News of the World" ofereceu nesta quarta-feira uma recompensa de 250 mil libras (375 mil euros) a quem fornecer pistas que ajudem a capturar o autor dos crimes.
Em sua página na internet, o tablóide diz que a quantia será entregue em troca de informações que "resultem diretamente na prisão dos responsável ou responsáveis pelos crimes".
"Aparentemente, esta é a maior recompensa já oferecida", disse Gull nesta quarta-feira.
Um porta-voz do jornal afirmou que a "histórica recompensa" deve contribuir para a resolução da série de "brutais assassinatos" que "comoveram o país".
Fonte: Folha Online