Um forte esquema de segurança foi implementado na Turquia em antecipação à visita do papa Bento 16 que começa nesta terça-feira.
Esta é a primeira visita do Sumo Pontífice a um país de população majoritariamente muçulmana desde o início de seu papado, em abril de 2005.
Milhares de policiais estão sendo mobilizados, inclusive atiradores de elite, para ajudar a zelar pela segurança do papa na visita, planejada para quatro dias.
O papa deverá ser transportado na Turquia em carros blindados ao invés do famoso "papamóvel".
A viagem foi acertada para que o papa possa se reunir com o líder da igreja Cristã Ortodoxa, em Istambul, mas ela está sendo ofuscada por ressentimento entre vários muçulmanos por causa de comentários que Bento 16 fez sobre o islamismo.
Dezenas de milhares de manifestantes realizaram um ato público em Istambul no fim de semana, pedindo que o papa não fosse ao país ou que peça desculpas pelas declarações que fez.
Numa palestra feita em setembro, Bento 16 citou o imperador bizantino Manuel 2º Paleologus, que disse que Maomé trouxe apenas o "mal e coisas desumanas".
O papa enfatizou que essas não eram palavras suas e depois lamentou qualquer ofença que o seu discurso possa ter causado, mas isso não satisfez vários muçulmanos.
"Sem perigo"
Autoridades turcas insistem, contudo, que ele não correrá perigo durante sua permanência no país.
Entre os compromissos de Bento 16 está uma visita a uma mesquita – a segunda feita por um papa -, e encontros com líderes islâmicos e judeus, assim como com os chefes das comunidades cristãs da Turquia.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, deverá se encontrar com papa em sua chegada a Ancara.
Erdogan, cujo partido tem bases islâmicas, não pretendia se reunir com Bento 16 durante a visita, mas acabou mudando seus planos.
Um ministro de Estado disse que espera que a visita do papa possa marcar uma nova direção nas relações entre o cristianismo e o islamismo.
"O que o nosso convidado disser, o que ele faz e vai fazer são importantes", disse o ministro da Justiça, Cemil Cicek.
Em 1981, um cidadão turco, Ali Agca, feriu o papa João Paulo 2º a tiros, em Roma.
BBC Brasil