Centenas de romenos e búlgaros enfrentavam o perigo de uma nova enchente nesta quinta-feira, depois que a cheia do rio Danúbio ameaçou romper as barreiras já danificadas.
Perto de 4.000 moradores da cidade romena de Rast passaram a noite em hospitais, escolas, tendas improvisadas ou na casa de parentes em terrenos mais altos, enquanto centenas de moradias continuavam debaixo dӇgua.
No porto de Vidin, na Bulgária, equipes de resgate lutavam para reforçar os diques danificados pelas águas do rio Danúbio.
“A vida é uma maldição. As enchentes são uma maldição e Deus está zangado na véspera da Páscoa”, disse Gherguita Garleanu, 60, que passou duas noites em uma tenda nos arredores de Rast. “Depois que as águas baixarem, não tenho aonde ir”.
Autoridades romenas afirmaram que as águas do Danúbio atingiram, nos últimos dias, os mais altos níveis em mais de um século. Mais de 5.000 romenos estão impedidos de voltar a suas casas. Segundo fontes oficiais, diversas barragens podem se romper, ameaçando inundar ainda mais cidades às margens do rio Danúbio.
Por toda a Romênia, serviços de emergência vacinaram populações deslocadas contra tétano e hepatite. O ministério do Interior preparou pacotes com ovos, carneiro e o bolo tradicional para as pessoas morando em algumas das 50 tendas perto de Rast, que tinham pouca esperança de voltar para suas casas para a Páscoa.
Ao longo dos Bálcãs, quase 200 mil hectares de terras aráveis na Sérvia, Romênia e Bulgária estão sob as águas.
A cheia do Danúbio provocou o corte nas atividades da usina de energia de Djerdap 2, na Sérvia — algo que nunca havia acontecido desde sua fundação, há 20 anos.
Reuters
