O presidente da união estatal da Sérvia e Montenegro, o independentista montenegrino Svetozar Marovic, anunciou hoje em uma declaração à agência nacional “Tanjug” que renunciará ao cargo nos próximos dias.
“Chegarei a Belgrado para que, possivelmente na quinta-feira, realizemos uma última sessão do Conselho de Ministros e para que eu apresente minha renúncia ao cargo de presidente deste órgão e da união estatal”, disse Marovic por telefone à agência estatal de Budva, cidade adriática montenegrina, onde mora.
Além disso, anunciou a possibilidade de formar uma equipe de trabalho que desempenharia as funções dos ministérios compartilhados em uma fase transitória, até um acordo definitivo entre os Governos da Sérvia e de Montenegro.
Marovic indicou que deve convocar também uma sessão do Conselho Supremo de Defesa – principal órgão militar do Estado, integrado por altos funcionários de ambas as repúblicas e da união -, com o objetivo de que determinem os passos de transferência das funções.
A declaração de Marovic ocorre depois que a Comissão Eleitoral Central Montenegrina confirmou a vitória da opção independentista no plebiscito do domingo passado em Montenegro.
Marovic é alto membro do Partido Democrático dos Socialistas (DPS), de Milo Djukanovic, primeiro-ministro montenegrino e líder do bloco independentista, e participou ativamente da campanha do plebiscito.
Esse político foi eleito pelo Parlamento presidente da união estatal servo-montenegrina em 7 de março de 2003, poucos dias depois da proclamação desse Estado, herdeiro da Iugoslávia, e criado após anos de tendências independentistas de Montenegro.
Esse Estado preservou então poucas funções compartilhadas, e o Conselho de Ministros é integrado por apenas cinco pastas: Defesa; Assuntos Exteriores; Relações Econômicas com o Exterior; Relações Econômicas Internas, e Direitos Humanos e das Minorias.
A União Européia (UE) pediu hoje à Sérvia e a Montenegro que comecem as conversas para determinar como pôr em prática o resultado do plebiscito e estabelecer o mais rápido possível um diálogo direto sobre o caminho a seguir.
EFE
