Os porteiros, zeladores e handmen (trabalhadores que fazem consertor em geral) de Nova York vão entrar em greve a partir de amanhã. A cidade tem 28 mil trabalhadores, espalhados por 3,5 mil prédios residenciais.
Como o contrato coletivo de trabalho está vencendo, a categoria se recusa a pagar 15% dos planos de saúde, como quer a classe patronal, o que provocaria na prática um congelamento nos salários. Segundo o sindicato, os porteiros ganham cerca de US$ 37 mil por ano, R$ 6,5 mil por mês. Pouco, segundo os líderes da categoria, para uma cidade cara como Nova York.
Esta será a primeira greve da categoria em 15 anos. Administradores de condomínios estão distribuindo cartões de identificação aos moradores, porque durante a greve, seguranças serão contratados para substituir os porteiros, que só vão permitir a entrada de quem estiver identificado. As atividades cotidianas dos porteiros serão feitas por moradores voluntários.
“Park Avenue significa dinheiro”, disse Mike Fishman, presidente do sindicado local da categoria. “Os ricos estão ficando mais ricos, e o que está acontecendo com a classe média? A classe média está se tornando de trabalhadores pobres”, afirmou.
Segundo cientistas sociais, o que está acontecendo em Nova York é um “civilizado desacordo de classes”, mas que expõe uma característica importante da sociedade moderna. “Trata-se de muita proximidade num contexto de muita distância”, disse Peter Bearman, professor da Universidade de Columbia, ao jornal The Guardian. “Os porteiros sabem muito sobre os moradores, mas os moradores tendem a olhar através dos porteiros”, diz Bearman.
Redação Terra
Porteiros ameaçam entrar em greve em Nova York
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