A Ertzaintza (a polícia regional basca) encontrou nesta sexta-feira 80 kg de diferentes materiais explosivos, tornando ainda mais tensa a relação entre o governo da Espanha e o grupo terrorista e separatista ETA (Euskadi Ta Askatasuna, ou Pátria Basca e Liberdade).
No dia 30 de dezembro último, um atentado contra o aeroporto de Barajas, em Madri, pôs fim ao cessar-fogo declarado pelo ETA em março do ano passado.
Victor Fraile /Reuters
Bombeiros trabalham no aeroporto de Madri destruído por atentado a bomba no dia 30
O governo do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero havia condicionado o início de um diálogo de paz ao abandono da luta armada. Após o ataque, que matou dois equatorianos e deixou outras 19 pessoas feridas, a proposta foi descartada.
Os materiais explosivos 20 kg de nitrato de amônio [encontrados pela manhã] e uma mochila contendo 60 kg de várias substâncias foram descobertos nesta sexta-feira na região de Atxondo, mesmo local onde a polícia encontrou ontem uma bomba com 100 kg de nitrato de amônio [embora montado, o explosivo estava sem detonador].
Ao lado da mochila, foram encontrados também outras duas bolsas com explosivos, além de manuais de fabricação de bombas normalmente utilizados pelo ETA, segundo informações do Ministério do Interior do País Basco.
A polícia basca vasculha a região com a ajuda de cães treinados na tentativa de barrar possíveis ataques que estejam em andamento.
De acordo com membros do corpo de investigação, todas as descobertas de explosivos ocorridas entre ontem e hoje são de responsabilidade de membros do ETA que não têm passagem pela polícia. Eles teriam armado um esconderijo nas cercanias de Amorebieta no dia 23 de dezembro para preparar os ataques, mas fugiram para França ao serem descobertos pela polícia basca.
De acordo com o Ministério basco do Interior, até o momento, não é possível saber se os explosivos encontrados tinham como alvo pessoas ou edifícios. Também não há informação sobre quando seria levada a cabo a suposta operação terrorista.
As ações terroristas do ETA, que luta pela independência da região basca, deixou mais de 800 mortos desde os anos 60.
Folha Online