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PMA pede financiamento para alimentar 3,5 milhões de afegãos

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O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU pediu hoje que os países doadores financiem sua operação de ajuda no Afeganistão, para garantir a assistência alimentar a 3,5 milhões de pessoas que passam fome nesse país.

“Se não chegarem novas contribuições, haverá uma interrupção da distribuição de alimentos no Afeganistão”, advertiu o órgão humanitário.

Sobre essa questão, o PMA afirmou que são necessárias 52.000 toneladas de alimentos de primeira necessidade – no valor aproximado de US$ 40 milhões no mercado -, para cobrir sua operação de ajuda no país asiático até dezembro.

“A falta de recursos não nos deixa alternativa na prática, precisamos desesperadamente da participação dos doadores. Se não recebermos novos recursos, teremos que cortar nossas atividades e rações”, disse o representante do PMA no Afeganistão, Charles Vincent, atravé de nota à imprensa distribuída em Genebra.

Vincent disse que, nas atuais circunstâncias, seu órgão não poderá armazenar com antecipação a partir de agosto – como tinha previsto – cerca de 25.000 toneladas de alimentos que serviriam para atender às povoações de áreas remotas onde é difícil chegar no inverno.

“Estamos trabalhando em alguns dos lugares mais inacessíveis no Afeganistão”, disse o representante do PMA, acrescentando que as contribuições internacionais podem levar de quatro a sete meses para se transformar em ajuda alimentar que pode ser distribuída.

Entre os mais afetados por esta situação estarão os estudantes que recebem alimentos para levar à família, o que aumenta o incentivo de comparecer à escola.

Um recente estudo sobre a segurança e vulnerabilidade alimentar no Afeganistão, realizado pelas autoridades do país, revelou uma situação preocupante, devido à nutrição deficiente, pobreza, endividamento das famílias, entre outros fatores.

Assim, apesar das previsões de boas colheitas no norte do país, calcula-se que o Afeganistão enfrentará um déficit de 400.000 toneladas de cereais este ano.

Os agricultores não cultivam o suficiente para cobrir suas necessidades anuais, de modo que contraem dívidas que, algumas vezes, chegam a ser tão altas que muitos escolhem por vender suas filhas para cancelar o que devem, disse Vincent.

Os países que realizaram maiores doações em favor do Afeganistão durante o ano são Índia (US$ 21 milhões), Estados Unidos, (US$ 15,6 milhões), Japão (US$ 5,7 milhões), Suíça (US$ 2,4 milhões) e Itália (US$ 2,3 milhões).


EFE

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