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Pinochet sofre ataque cardíaco e recebe a unção dos enfermos

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet sofreu um ataque cardíaco na madrugada deste domingo (3) e foi internado às pressas no Hospital Militar de Santiago. Seu q

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet sofreu um ataque cardíaco na madrugada deste domingo e foi internado às pressas no Hospital Militar de Santiago. Seu quadro clínico é estável, mas sua vida corre risco, segundo médicos que o atenderam.

O porta-voz da família Pinochet, o general Guillermo Garín, afirmou que o ex-ditador já recebeu a unção dos enfermos – sacramento reservado a quem está perto de morrer.

"Suas condições são estáveis, mas graves", disse aos jornalistas o médico Juan Ignacio Vergara, um dos que atendeu Pinochet na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital militar. Ele destacou que neste domingo Pinochet apresentou as condições mais graves de todas as vezes em que esteve internado no hospital. Além do ataque cardíaco, ele sofre também com um edema pulmonar. Um novo boletim médico será divulgado às 19 horas (20 horas de Brasília) e que, por enquanto, é impossível determinar por quanto tempo Pinochet permanecerá hospitalizado, caso se recupere.

Pinochet foi acometido nos últimos anos por diversos problemas de saúde, derivados de diabetes, problemas vasculares e outras doenças crônicas de que sofre.

Microinfartos cerebrais e complicações vasculares, entre outras enfermidades, obrigaram o ex-ditador a visitar várias vezes o hospital em 2005, ainda que em 2006 não tenha tido problemas desse tipo.

Por sua vez, Felipe Pinochet, neto do general e uma das poucas pessoas próximas que respondeu a perguntas da imprensa, disse, após visitar o avô no hospital, que o ex-ditador "está fora de perigo, mas em estado muito delicado". Ele acrescentou que sua avó, Lucía Hiriart, "também está muito mal" por causa da situação, e que os médicos "conseguiram estabilizar o coração" do general.

Prisão domiciliar 

Pinochet, que completou 91 anos em 25 de novembro e que dois dias depois teve sua prisão domiciliar decretada dentro de um processo sobre violação dos direitos humanos, foi internado às 2 horas (3 horas de Brasília) e permanece hospitalizado na unidade coronária do centro hospitalar.

Sua mulher, Lucía Hiriart, e seus cinco filhos, Augusto, Jacqueline, Verónica, Lucía e Marco Antonio, além de alguns netos, antigos colaboradores e pessoas próximas, o acompanharam ao hospital.

"É muito grave, com certeza. Ele tem 91 anos e, a essa idade, até uma dor de estômago é grave", comentou o general reformado Luis Cortés Villa, diretor da Fundação Augusto Pinochet.

Cortés Villa criticou "a perseguição de que foi objeto um homem que fez tanto pelo Chile. Imagine, dois dias depois de seu aniversário, ordenaram sua prisão", acrescentou Cortés, em alusão à resolução tomada em 27 de novembro pelo juiz Víctor Montiglio.

O magistrado acusou Pinochet e ordenou sua detenção pelo seqüestro e homicídio de Wagner Salinas e Francisco Lara, dois dissidentes detidos e executados no fim de setembro de 1973 por membros da "Caravana da Morte", um grupo militar que, na época, executou 75 presos políticos em sua passagem por várias cidades do Chile.

No seu 91º aniversário, Pinochet divulgou uma carta pública, lida por sua esposa, em que assumia a "responsabilidade política" de seus atos, mas na qual reiterava que tudo o que fez foi "por amor à pátria".

"Hoje, perto do fim dos meus dias, quero manifestar que não guardo rancor de ninguém, que amo minha pátria acima de tudo e que assumo a responsabilidade política de todos os meus atos", afirmou Pinochet na carta. 

Fonte: Estadao.com

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