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Peruanos escolhem presidente

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LIMA – O Peru escolhe hoje seu novo presidente, depois de uma campanha tumultuada por insultos, confrontos e principalmente pelo ‘cabo eleitoral’ Hugo Chávez. Acusado de interferir na campanha até pelo atual presidente, Alejandro Toledo, o presidente venezuelano é um dos principais alvos de discussão entre os candidatos Ollanta Humala, a quem apóia, e Alan García, que lidera as pesquisas.

Apesar das tentativas de acalmar os eleitores depois de enfrentamentos que deixaram três partidários pró-Humala feridos, o clima da campanha de ambos os candidatos seguiu quente até o final. García lidera a maioria das pesquisas por uma margem de que varia entre quatro e 11,8 pontos percentuais — a diferença caiu após debate entre os dois candidatos semana passada.

Humala pediu para que os eleitores não deixem o país nas mãos dos “sem-vergonha”, se referindo a acusações de corrupção e culpa pela crise econômica que acompanharam o ex-presidente García quando ele deixou o poder em 1990. Também não faltaram acusações de que García seria um “peão” dos Estados Unidos.

Já Alan García classificou seu adversário como “violento” e “senderista”, em referência ao grupo terrorista Sendero Luminoso, num comício de encerramento de campanha sexta-feira. O ex-presidente fez questão de criticar novamente o apoio de Chávez à Humala. Seu partido chegou a acusar o líder venezuelano de financiar a campanha do nacionalista.

“Estamos sendo invadidos e dominados pelo dinheiro petroleiro”, reclamou García. Durante a campanha, tanto Chávez, que chamou García de ladrão, quanto Alejandro Toledo chegaram a retirar suas embaixadas dos outros países.

Com tantas trocas de ofensas e interferência externa, sobrou pouco espaço para os eleitores analisarem as propostas para a melhoria do quadro social do país. Atualmente 50% da população de 27 milhões de pessoas está abaixo da linha da pobreza. García se apresenta como o candidato que promoveria “mudança responsável” frente ao projeto de Humala. García chegou a dizer que seu opositor não receberia “um centavo de investimento nacional ou estrangeiro”.

Já Humala, militar da reserva que ficou conhecido por tentar uma rebelião contra o governo de Alberto Fujimori, nega que vá expropriar bens, mas promete nacionalizar os recursos energéticos do Peru.

Fonte: O Dia

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