O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta sexta-feira (17) que a lição que pode ser tirada da Guerra do Vietnã é que o exército americano "vencerá no Iraque se não abandonar o país".
Em declarações à imprensa, após almoçar com o primeiro-ministro australiano, John Howard, em Hanói, Bush afirmou que "todos querem resultados instantâneos, mas no Iraque será preciso esperar".
"Vai levar um longo tempo até que a esperança, que é a ideologia da liberdade, se imponha à ideologia do ódio", explicou Bush.
As comparações entre a Guerra do Vietnã, encerrada há 31 anos e que marcou toda uma geração de americanos, e a do Iraque, é um assunto inevitável para Bush desde que chegou a Hanói para participar da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec).
Até o momento, a Casa Branca tinha evitado traçar paralelos entre os dois conflitos, mas o presidente liqüidou esse esforço com um par de frases que serão bem lembradas nos próximos dias.
Inclusive, o encontro do passado com o presente parece ter afetado o presidente.
"Laura e eu estávamos conversando sobre como é impressionante o fato de estarmos aqui no Vietnã", disse Bush. E emendou: "Minha primeira reação ao chegar aqui foi constatar que as sociedades e as relações podem constantemente ser melhoradas com o passar dos anos."
Polêmica à vista
A citação de Bush deverá causar bastante polêmica nos Estados Unidos já que o presidente contradisse a história em suas declarações. Durante a Guerra do Vietnã, entre os anos 1964 e 1973, cerca de 58 mil soldados norte-americanos morreram e mais de 300 mil ficaram feridos. O principal problema, segundo diversos analistas, era que o país havia entrado num conflito em que não tinha como vencer.
Os vietcongs, os comunistas do Vietnã do Norte, conheciam cada palmo da selva e faziam emboscadas e se escondiam em buracos no mato para atacar os marines. Sem saber como sair do atoleiro em que se meteram, os norte-americanos prolongaram a guerra por anos, mas o resultado final foi uma fragorosa e humilhante derrota.
Aparentemente sem levar isso em consideração, Bush insistiu na tese de que é preciso ficar no Iraque. Isso apesar do crescente aumento da violência e do número de mortos, tanto norte-americanos como iraquianos.
Fonte: G1