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Paquistão adia execução de britânico; família tenta acordo

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O Paquistão adiou por um mês nesta terça-feira a execução de um britânico condenado pelo assassinato de um taxista 18 anos atrás. O adiamento visa dar à família dele a chance de tentar um acordo com a família da vítima.

Mirza Tahir Hussain, que tem ascendência paquistanesa, deveria ser enforcado no começo de junho. Mas o presidente do país, Pervez Musharraf, resolveu intervir no caso após apelos do governo britânico, do Parlamento Europeu e da família do condenado.

Musharraf ordenou o adiamento por um mês da execução, marcada para o dia 1o. de junho, disse à Reuters Tasnim Aslam, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão.

“Nesse período, eles (a família de Hussain) devem tentar selar algum tipo de acordo com a família da vítima”, afirmou.

Pela sharia (lei islâmica), os herdeiros de uma vítima podem perdoar seu assassino em troca de uma indenização. A família do homem morto já recusou uma tentativa anterior da família de Hussain para chegar a um acordo.

“Esse é um passo na direção certa, mas não estou contente porque isso significa que meu irmão ficaria preso para sempre”, disse à Reuters Amjad Hussain, irmão do condenado.

Vindo originalmente de Leeds, norte da Inglaterra, Hussain foi detido em Rawalpindi em 1988, acusado de ter assassinado e roubado o taxista Jamshaid Khan.

O condenado, que completa 36 anos no dia 1o. de junho e que passou metade de sua vida detido, afirmou no julgamento que o motorista tentou abusar dele sexualmente. Hussain diz que o taxista puxou uma arma contra ele e que essa arma disparou quando os dois lutavam.

O irmão do condenado afirmou que o avô deles retomaria as negociações com a família de Khan.

“Espero que eles façam a coisa mais honrosa e que nos poupem desse calvário”, disse, acrescentando: “A palavra está com eles. Minhas portas estão abertas para qualquer um que consiga negociar”.

“Acho que estou bastante pessimista. Mas, de toda forma, temos de esperar para ver”.

Hussain foi inicialmente absolvido pela Suprema Corte do Paquistão, mas a Corte Islâmica Federal Shariat condenou-o à morte por enforcamento em 1998.

A pena foi confirmada pela Suprema Corte em 2003 e um pedido de revisão, rejeitado no ano passado. Musharraf também recusou um pedido de perdão para Hussain.


Reuters

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