O papa Bento XVI afirmou na quarta-feira que espera, com sua viagem à Polônia, ajudar o país a vivenciar uma “primavera da fé”.
O pontífice alemão de 79 anos discursou diante de dezenas de milhares de fiéis reunidos na praça São Pedro, em Roma. Bento XVI convocou os católicos do mundo todo a acompanhá-lo em suas orações pedindo o sucesso da viagem de quatro dias, que começa na quinta-feira.
“Agradeço ao Senhor por me dar a oportunidade de satisfazer um desejo que carrego em meu coração há algum tempo”, disse.
O papa passará um dia e meio na capital polonesa, Varsóvia, e depois viajará para o sul do país a fim de visitar locais que foram importantes na vida e na formação espiritual do papa João Paulo 2o., morto em 2 de abril de 2005 após ficar 26 anos no cargo.
Bento 16 passará por Wadowice, onde nasceu o único papa polonês da história, por Cracóvia, onde ele atuou como padre, bispo e cardeal, e por santuários religiosos caros a João Paulo e aos poloneses.
Um dos principais objetivos da viagem é conclamar os poloneses a defender sua herança cristã no momento em que se integram em uma Europa cada vez mais secularizada.
Na quarta-feira o atual líder da Igreja Católica disse ter rezado pedindo que a nação polonesa passasse “por uma renovada primavera da fé, de progresso civil, e para que sempre conserve viva a memória de meu grande antecessor”.
Ele afirmou ter esperanças de que a Polônia consiga responder “aos desafios de hoje com uma enérgica ação evangelizadora” para a renovação da fé.
Bento XVI, que nasceu na Alemanha, também visitará o campo de concentração nazista de Auschwitz a fim de confirmar seu compromisso em levar adiante os esforços de João Paulo 2o. na melhoria das relações com os judeus e na luta contra o anti-semitismo.
A rápida parada no conhecido campo de concentração, localizado perto de Cracóvia, terá um grande significado pessoal para o atual pontífice, que participou, durante a guerra, do grupo paramilitar Juventude Hitlerista. À época, a filiação a esse tipo de organização era obrigatória.
Segundo o canal polonês CBOS, 82 por cento dos moradores do país acreditam que a visita será um acontecimento importante em suas vidas. Os números são semelhantes aos verificados em pesquisas feitas antes de visitas de João Paulo 2o.
Até 2 milhões de pessoas devem comparecer a um dos principais eventos da viagem — uma missa a céu aberto realizada na campina de Blonie, em Cracóvia, onde João Paulo 2o. celebrou serviços religiosos durante suas viagens.
Uma das primeiras decisões de Bento XVI após ser empossado foi dar início ao processo para transformar seu antecessor em santo. A beatificação de João Paulo 2o., último passo antes da canonização, já está sendo realizada.
Há boatos de que o papa usará a viagem para fazer um anúncio importante a respeito desse processo de canonização, mas o monsenhor Slawomir Oder, a autoridade da Igreja encarregada de supervisionar o procedimento, disse que essas informações são “totalmente infundadas”.
Assessores de Bento XVI afirmaram que o papa oferecerá um mapa para o futuro espiritual desse país majoritariamente católico. A Polônia passou por muitas mudanças desde a queda do comunismo, em 1989, nem todas positivas aos olhos da Igreja.
Reuters
Papa espera ver “primavera da fé” em sua viagem à Polônia
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