Milhares de trabalhadores atearam fogo em mais de dez fábricas da capital de Bangladesh na terça-feira, depois de um colega deles ter sido morto e vários terem ficado feridos em confrontos com a polícia, contaram testemunhas e uma autoridade.
A onda de violência também afetou o setor de energia. Autoridades do país deram ordens para que as forças de segurança intensifiquem a vigilância sobre os campos de gás e as instalações de petróleo de Bangladesh.
Os conflitos começaram nas proximidades de Daca, na segunda-feira, depois de proprietários de uma fábrica de roupas terem chamado a polícia para dispersar manifestantes que exigiam melhores salários e mais benefícios.
A violência espalhou-se para outras fábricas quando milhares de trabalhadores armados com bastões e pedras deram início a atos de vandalismo nas áreas de Uttara, Mirpur e Tejgaon, em Daca, e nos subúrbios da capital. Fábricas de produtos químicos, remédios e plástico estavam entre os alvos, contaram empresários.
“O país atravessa um sério problema de segurança, algo que, segundo acreditamos, pode se espalhar para outras áreas”, disse uma autoridade do setor de energia.
O governo mobilizou o Batalhão de Ação Rápida, uma força de elite, e unidades paramilitares a fim de reforçar a segurança nas fábricas. Cerca de cem pessoas foram detidas pela polícia.
Policiais disseram que pelo menos um trabalhador foi morto na segunda-feira, mas não souberam informar detalhes sobre o incidente. Ao menos 25 membros das forças de segurança receberam tratamento médico devido a ferimentos.
As roupas são o principal produto de exportação de Bangladesh, rendendo a esse empobrecido país mais de 6 bilhões de dólares por ano. O setor conta com mais de 4.000 fábricas e emprega quase 2 milhões de pessoas.
A Associação de Fabricantes e Exportadores de Roupas de Bangladesh (BGMEA) afirmou estar preocupada com a situação.
Abdus Salam Murshedi, presidente em exercício da entidade, disse a repórteres que dez fábricas de roupa tinham sido incendiadas na terça-feira, elevando o total dos últimos dois dias para 16.
“Se o governo não garantir a segurança das fábricas e não proteger nossa capital, vamos fechar todas as fábricas em breve”, afirmou.
Bangladesh já enfrenta há meses protestos violentos e disseminados devido a cortes no fornecimento de eletricidade, água potável e diesel.
Reuters
Operários de Bangladesh incendeiam fábricas em protesto
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