O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) pediu hoje às forças internacionais presentes no Timor Leste que realizem a segurança nos acampamentos onde se amontoam dezenas de milhares de desabrigados devido à violência em Dili, a capital do país.
“A falta de segurança nesses lugares é muito preocupante. As condições extremas de vida e a aglomeração aumentam as tensões”, afirmou o porta-voz da agência humanitária, Ron Redmond.
Redmond explicou que, embora a segurança nos acampamentos seja responsabilidade da Polícia nacional, “diante de sua ausência”, há a necessidade de que “as forças internacionais contribuam”.
Diante da limitação para o controle da situação, o Governo timorense pediu o apoio das forças da Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia.
O porta-voz do Acnur disse que a ONU está tentando conseguir US$ 4,5 milhões para financiar suas operações no Timor. A capital do país está submersa na violência desde abril, quando 600 militares – a terça parte do Exército do país – foram despedidos pelo primeiro-ministro, Mari Alkatiri.
A demissão foi uma resposta à greve iniciada pelos militares com o objetivo de reivindicar o fim da discriminação étnica praticada pelos comandantes militares.
Os confrontos, que causaram a morte de pelo menos 30 pessoas, provocaram um êxodo em massa da população, que se refugiou em centros religiosos e escolas, ou criou acampamentos.
Os desabrigados somariam entre 100 mil e 150 mil, segundo números da ONU.
O Acnur informou que prevê o envio a Dili, nesta semana, de três cargas com ajuda humanitária. No total, já foram enviadas à capital 400 toneladas de artigos importantes: tendas de campanha, cobertores, utensílios de cozinha, vasilhas de água, entre outros.
Além disso, a ONU planeja levantar imediatamente dois acampamentos para reduzir a atual aglomeração nos lugares onde os desabrigados se alojam. É possível que sejam construídos mais acampamentos.
A Organização Internacional das Migrações (OIM) disse que ajuda milhares de desabrigados em todo o país com alimentos e água.
O porta-voz da OIM, Jean Philippe Chauzy, disse que a organização pedirá US$ 6 milhões à comunidade internacional para o transporte, a logística e o abastecimento de ajuda não-alimentícia.
“Muitas pessoas, que antes já tinham muito pouco, agora perderam tudo, provavelmente pela segunda vez em seis anos”, disse Chauzy, em alusão à violência extrema sofrida pelos timorenses após o plebiscito de 1999, que optou pela independência do país.
EFE
ONU pede proteção para desabrigados no Timor
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