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Multidão faz protesto anti-Bush na Cidade do México

Diversas pessoas ficaram feridas, incluindo policiais.

Centenas de manifestantes se reuniram na terça-feira em frente à embaixada dos Estados Unidos na Cidade do México para protestar contra o presidente americano, George W. Bush.
Os manifestantes queimaram bandeiras dos Estados Unidos e enfrentaram a polícia com pedras. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

Diversas pessoas ficaram feridas, incluindo policiais.

O protesto, que se soma às diversas manifestações anti-Bush realizadas por onde o presidente passou em sua viagem pela América Latina, ocorreu horas depois de Bush anunciar, na cidade de Mérida, que vai trabalhar com afinco pela aprovação de uma reforma nas leis de imigração dos Estados Unidos.

Segundo correspondentes, como Bush estava em outra cidade, os manifestantes acabaram direcionando a sua ira contra a embaixada americana. A maioria protestava contra a guerra no Iraque, e não contra a política dos Estados Unidos para a América Latina.

Roteiro

Bush deve deixar o México nesta quarta-feira, depois de dois dias de reuniões com o presidente mexicano, Felipe Calderón.

O país é a última escala em seu roteiro de uma semana pela América Latina, iniciado no Brasil, na última quinta-feira. O presidente americano também visitou o Uruguai, a Colômbia e a Guatemala, e enfrentou protestos por onde passou.

Além das manifestações nas ruas, Bush também teve de enfrentar os ataques verbais do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que realizou uma viagem paralela pela região, visitando países deixados de fora da turnê do líder americano.

Em seu roteiro paralelo, Chávez esteve na Argentina, onde fez o principal discurso em um grande ato público contra Bush, na Bolívia, na Nicarágua, na Jamaica e no Haiti.

Reuniões

Em Mérida, onde Bush e Calderón estiveram reunidos, também houve protestos, mas em menor escala.

Os dois líderes estiveram reunidos durante boa parte de terça-feira, a portas fechadas.

Nesta quarta-feira, deverão anunciar os principais pontos da discussão em uma entrevista coletiva.

Segundo a correspondente da BBC Mundo Lourdes Heredia, um funcionário do governo americano afirmou que foi "semeado o terreno que dará frutos no futuro". Mas Heredia afirma que não há expectativa de algum anúncio especial nesta quarta-feira.

Imigração e narcotráfico

Durante a visita de Bush, o presidente mexicano aproveitou para deixar claro seu descontentamento com a intensificação das ações contra imigrantes mexicanos nos Estados Unidos e com a barreira de milhares de quilômetros que os americanos planejam construir para tentar impedir o fluxo de imigrantes ilegais do México.

Bush prometeu trabalhar por mudanças na lei de imigração.

"Minha promessa a você e ao seu governo, mas principalmente ao povo do México, é que eu vou trabalhar o máximo que puder pela aprovação de uma reforma ampla de imigração”, disse Bush.

Se referindo a Calderón, Bush disse que, "juntos", os dois estão "trabalhando para garantir uma fronteira segura e moderna que acelere o fluxo legítimo de pessoas e do comércio e pare aqueles que ameaçam a segurança e prosperidade comum" aos dois países.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse que, além de imigração, também foram tratados temas como o combate ao narcotráfico, ao crime organizado e ao contrabando de armas, e o comércio entre os dois países.

O combate aos cartéis de tráfico de drogas no México tem sido prioridade de Calderón desde que ele venceu por pequena margem as eleições presidenciais do ano passado.

Segundo o correspondente da BBC Duncan Kennedy, depois de uma semana de viagem por cinco países da América Latina, a visita de Bush é vista mais como um sucesso simbólico, e não deve resultar em novas políticas ou mais ajuda ao continente.

BBC Brasil

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