Milhares de jovens judeus e poloneses uniram-se na terça-feira a sobreviventes do Holocausto para fazer uma passeata saindo do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, a fim de lembrar as vítimas do plano de Adolf Hitler para exterminar os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Lideradas pelo ex-premiê israelense Shimon Peres, cerca de 8 mil pessoas participaram da Passeata dos Vivos, realizada anualmente e que percorre o trecho de três quilômetros entre os campos de Auschwitz e de Birkenau. “Enquanto estiver vivo, virei aqui todos os anos. Esse é um dever para mim”, afirmou Stefan Buchler, 74 anos, um sobrevivente de Auschwitz que hoje mora em Israel.
Cerca de 1,5 milhão de pessoas, ou 25% dos judeus mortos no Holocausto, foram assassinadas nas câmaras de gás de Auschwitz e de Birkenau, o maior complexo de campos de concentração da Segunda Guerra Mundial, montado pelos alemães na Polônia ocupada. Os participantes deram início à passeata debaixo dos famosos dizeres dos portões de Auschwitz: “Arbeit Macht Frei” (“O trabalho liberta” em alemão).
“Estou emocionado. Isso deveria servir de conselho para todos rejeitarem a intolerância, que pode levar facilmente ao fascismo”, disse Marion Pitzer, um adolescente israelense.
A passeata deste ano, realizada sob o lema “Nunca Mais”, acontece um mês antes de o papa alemão Bento 16 visitar Auschwitz como parte de sua primeira viagem à Polônia após ter assumido o comando da Igreja Católica. Bento XVI, que, quando criança na Alemanha nazista, viu-se obrigado a participar de uma organização paramilitar da Juventude Hitlerista, prometeu continuar trabalhando em defesa da reconciliação entre judeus e católicos.
“Aqui, dentro desses muros, minha família foi assassinada”, disse Krzysztof Kisielewski, um polonês cujo pai e a tia perderam a vida em Auschwitz. “Quando eu penso que o papa alemão rezará aqui, dentro de algumas semanas, acho que a história mudou completamente”.
Reuters
Milhares lamentam Holocausto em Auschwitz
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