Mais de 15 mil tâmeis tiveram que abandonar hoje suas casas no leste do Sri Lanka por causa dos ataques aéreos do Exército no distrito de Triconmalee, informou hoje a guerrilha dos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE).
Segundo o site dos rebeldes, Tamilnet.com, cerca de 4.500 famílias fugiram de seis localidades da zona de Muttur, no distrito de Triconmalee. O Exército do Sri Lanka reiniciou na manhã de hoje os ataques aéreos à região, matando pelo menos 12 rebeldes.
A ONG Tamil Rehabilitation Organization (TRO), ligada à guerrilha, começou a organizar campos de refugiados perto do hospital Pattalipuram Thileepan. A entidade está distribuindo comida e outros produtos de primeira necessidade.
A TRO pediu à Cruz Vermelha e à Missão de Supervisão do cessar-fogo no Sri Lanka que ajudem na assistência aos desabrigados.
Os rebeldes acusam o Governo de iniciar os ataques aéreos ao território controlado por eles “sem qualquer provocação por parte do LTTE”.
A operação militar começou ontem, horas depois de nove pessoas morrerem e cerca de 30 ficarem feridas num ataque suicida ao quartel-general do Exército, em Colombo. O Governo responsabiliza a guerrilha, que no entanto nega a sua participação.
“Estamos preparados e esperamos instruções de nossos líderes para responder ao inimigo com uma força que será catastrófica e devastadora”, ameaçou hoje o principal líder político do LTTE em Triconmalee, S. Elilan.
No entanto, o presidente cingalês, Mahinda Rajapakse, e o porta-voz do LTTE, Daya Master, reafirmaram hoje seu compromisso com o processo de paz.
A violência no Sri Lanka vem crescendo nas últimas semanas.
Recentemente, o LTTE anunciou que não participaria das negociações que estavam marcadas para 24 e 25 de abril, em Genebra.
Nos últimos quatro meses a violência causou a morte de 300 cingaleses, dos quais mais de 150 civis, segundo dados da equipe norueguesa que supervisiona a trégua.
EFE
Mais de 15 mil tâmeis fogem de ataque aéreo no leste do Sri Lanka
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