Os Governos do Reino Unido e da República da Irlanda iniciarão em junho uma rodada de conversas com os partidos da Irlanda do Norte (Ulster), com o objetivo de acelerar a formação de um Executivo autônomo de poder compartilhado na província.
O ministro para a Irlanda do Norte britânico, Peter Hain, confirmou hoje que um comitê especial da Assembléia norte-irlandesa – reconstituída há duas semanas após quase quatro anos de suspensão – ficará responsável por preparar a nova rodada de negociações.
Segundo Hain, os primeiros-ministros do Reino Unido, Tony Blair, e da República da Irlanda, Bertie Ahern, participarão das conversas, que poderiam acontecer em 26 e 27 de junho.
O trabalho do comitê começará dentro de duas semanas. Os quatro principais partidos da província deverão enviar três membros cada um, disse o ministro britânico.
Segundo os observadores, o majoritário Partido Unionista Democrático (DUP, radical), liderado pelo reverendo Ian Paisley, poderia se negar a participar do comitê devido à presença do Sinn Féin, braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA) e segunda força norte-irlandesa.
O Partido Unionista do Ulster (UUP, moderado) e o Social-Democrata e Trabalhista (SDLP, moderado nacionalista), terceira e quarta maior força, respectivamente, também não confirmaram a participação.
Hain pediu hoje aos partidos que se pronunciem sobre o assunto durante a próxima sessão parlamentar, que deve acontecer na próxima terça-feira.
Os 108 deputados norte-irlandeses foram no dia 15 de maio à reabertura da Assembléia autônoma do Ulster, que permanecia suspensa desde outubro de 2002 devido a um falso caso de espionagem do IRA nos escritórios de Stormont, sede do Parlamento regional.
O Governo britânico deu aos deputados a tarefa de formar um Executivo de poder compartilhado entre católicos e protestantes até 25 de junho.
Caso não se chegue a um acordo, Londres voltará a suspender a Assembléia, aproveitando a inatividade parlamentar durante os meses de férias de julho e agosto.
Quando os deputados retornarem a Stormont, em meados de setembro, terão que conseguir um pacto definitivo de governabilidade até o dia 24 de novembro.
Se esta opção também fracassar, Blair suspenderá indefinidamente a Assembléia norte-irlandesa e cancelará os salários de seus membros.
EFE
Londres e Dublin iniciarão conversas multilaterais em junho
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