A juíza Léonie Brinkema ratificou hoje a sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional para Zacarias Moussaoui, conforme decisão de ontem do júri do caso.
Com a confirmação da juíza, Moussaoui, o único condenado nos Estados Unidos pelos atentados de 11 de Setembro, passará a cumprir sua pena em uma prisão de segurança máxima do estado do Colorado, onde permanecerá isolado durante o resto de sua vida.
Após a confirmação da sentença e antes de ser levado à prisão, Moussaoui fez um duro discurso político, afirmando que os “Estados Unidos nunca pegarão Osama bin Laden”.
No final da audiência de hoje também houve um confronto entre Moussaoui e a juíza Brinkema, que se referiu às palavras de ontem do réu, o qual após conhecer o veredicto do júri disse: “Os Estados Unidos perderam, eu ganhei”, “Olhe para estas pessoas. Elas voltarão a ver o céu, o sol, os pássaros. O senhor não, portanto não está tão claro assim quem perdeu”, disse Brinkema, segundo testemunhas que se encontravam na sala.
“Esta foi minha escolha”, respondeu um desafiante Moussaoui, que fez o sinal da vitória enquanto sorria. “Vocês me tacharam de terrorista, de criminoso e do que mais seja. Olhem para vocês mesmos, eu luto pelas minhas crenças”, disse Moussaoui em um discurso que durou cerca de cinco minutos, até que a juíza disse que ele não deveria utilizar sua oportunidade de falar após a sentença para fazer um discurso político.
A sentença provocou reações diferentes entre os parentes das vítimas que em parte acham que a vida na prisão é o que o terrorista merece, enquanto outros consideram que ele deveria ter sido condenado à morte.
Os testemunhos emocionados voltaram a ser ouvidos de novo hoje no tribunal da Virgínia onde se julgou Moussaoui, cidadão francês de origem marroquina, e no qual afloraram comentários do tipo “o senhor destroçou minha vida, minha carreira, tirou tudo de mim”, por parte de uma mulher cujo marido morreu nas Torres Gêmeas de Nova York.
A confirmação do veredicto do júri por parte da juíza indica o ponto e final de um processo legal de quatro anos e meio, desde a detenção de Moussaoui em Minnesota por problemas com seu visto, em agosto de 2001.
O julgamento durou seis semanas, ao longo das quais tornaram-se públicos alguns dados que até então eram desconhecidos para a população, como a gravação na cabine do vôo 93 de United Airlines, cujos passageiros derrubaram a aeronave na Pensilvânia para evitar o objetivo terrorista.
EFE
Juíza dá prisão perpétua a terrorista do 11/9
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