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Juiz boliviano ordena derrubada da siderúrgica brasileira EBX

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Um juiz boliviano ordenou derrubar as

instalações da siderúrgica brasileira EBX, para que a Promotoria

investigue as denúncias apresentadas pelo Governo de que a empresa

infringiu a lei, informou hoje a imprensa local.

A ordem do juiz Sergio Cardona, do departamento oriental de Santa

Cruz, ainda não foi cumprida porque os habitantes das cidades de

Puerto Suárez e Puerto Quijarro, fronteiriças com o Brasil,

mobilizaram-se para evitar a ação judicial, pois querem que a

empresa continue no local e gere postos de trabalho.

Os habitantes do lugar fizeram ontem uma manifestação de apoio à

companhia, e “ocuparam pacificamente” as áreas divisórias à empresa

para fazer uma “vigília” e protegê-la, disse o presidente do Comitê

Cívico de Puerto Suárez, Edil Gericke.

Segundo o jornal “El Deber”, de Santa Cruz, o promotor Alberto

Cornejo disse que os principais executivos da companhia serão

notificados na próxima semana para depor nos escritórios da

Promotoria de Distrito de Santa Cruz.

Além disso, acrescentou que os promotores pretendem viajar para

essa cidade na terça-feira, porque ir antes “seria muito arriscado”,

devido às medidas de força exercidas pelos habitantes dessa zona

fronteiriça.

“A Promotoria procederá dentro das normas legais, mas o fato de

ter uma população mobilizada poderia prejudicar as funções”, disse

Cornejo ao jornal.

O Governo acusou a EBX de ter violado a Constituição, por ter se

instalado a menos de 50 quilômetros da fronteira e por ter

construído fornos destinados à produção de ferro fundido usando

carvão vegetal sem a obtenção de uma licença ambiental para isso. A empresa nega.

As unidades militares situadas na região estão em emergência, mas

não está prevista uma militarização do povo, esclareceu ontem o

vice-presidente, Alvaro García Linera.

Os militares estão protegendo instalações petrolíferas

adjacentes, para evitar que os protestos atentem contra a exportação

de gás natural para o Brasil.

García Linera ratificou a decisão do Governo de expulsar a

companhia, apesar do anúncio feito no Brasil pelo empresário Eike

Batista de estabelecer uma negociação para pagar novos tributos e

reconsiderar sua intenção de abandonar o país.

UOL

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