Um jornalista do New York Times, que viu o vídeo da execução de dois aliados de Saddam, inclusive o meio-irmão do ex-ditador, deu detalhes sobre a decapitação do parente. John F. Burns disse à CNN que a cabeça de Barzan al-Tikriti simplesmente "saiu fora" porque foi utilizada muita corda e a altura em que ele foi pendurado no enforcamento, cerca de 2,4 metros, era muito grande para um homem de estatura e peso médio.
O cálculo estaria errado, segundo Burns. "Dois homens assustados em uniformes laranjas, no estilo da prisão de Guantánamo, aguardando sobre um alçapão, com capuzes negros nas cabeças enquanto fazem reza antes da morte", conta ele.
"Assim que eles caem a 2,4 metros, seguros pelas cordas, sua cabeça simplesmente sai fora, em um instante", afirma Burns, que estava no pequeno grupo de repórteres convidados a assistir ao vídeo do enforcamento de Barzan al-Tikriti e Awad al-Bandar. O enforcamento ocorreu às 3h (hora local) da segunda-feira, segundo porta-voz do primeiro-ministro iraquiano Nuri al-Malikis, Basam Ridha.
O desastroso enforcamento de Barzan Al-Takriti alimentou suspeitas entre os árabes de que o carrasco agiu intencionalmente. A cabeça de Barzan foi arrancada quando ele caiu do cadafalso, indicando que o carrasco ajustou erroneamente o comprimento da corda, que deveria ser longa o suficiente para apenas quebrar o pescoço do condenado.
Ali Dabbagh, porta-voz do governo, disse não ter havido nenhuma "violação de procedimento" na execução de Barzan e de outro condenado, Awad Hamed al-Bander, chefe da Justiça durante a ditadura de Saddam. Os dois foram julgados culpados de crimes contra a humanidade devido ao assassinato de 148 xiitas na cidade de Dujail.
Redação Terra