O premiê de Israel, Ehud Olmert, disse neste domingo que seu governo deve mostrar "comedimento e paciência" frente às violações, por parte das milícias palestinas, do cessar-fogo acertado com a ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Olmert fez estas declarações durante a inauguração de um colégio da localidade de Raat, no deserto de Neguev. O primeiro-ministro frisou que, por enquanto, Israel deve abster-se de responder às provocações.
"Sei que houve violações, mas é preciso dar uma chance para que o cessar-fogo prometido por [Mahmoud] Abbas [presidente da ANP] se consolide", disse Olmert. Neste sábado, o premiê israelense chegou a um acordo com Abbas para o estabelecimento de uma trégua na Faixa de Gaza, a qual entrou em vigor hoje. A iniciativa da trégua partiu das facções palestinas, mas estas já a violaram várias vezes desde sua entrada em vigor.
Menos de uma hora depois do começo do cessar-fogo, milicianos palestinos lançaram o primeiro foguete Qassam contra território israelense. Ao longo da manhã, outros quatro projéteis foram lançados.
A Jihad Islâmica e o braço armado do Hamas assumiram os disparos. Já um grupo do partido nacionalista Fatah (de Abbas), acusou Israel de "não ter interpretado bem os acordos", uma vez que deteve militantes palestinos na Cisjordânia nesta madrugada.
O cessar-fogo, por enquanto, só se limita a Gaza, ainda que Abbas e Olmert tenham manifestado ontem o desejo de estendê-lo à Cisjordânia, caso seja bem-sucedido onde está em vigor agora.
No acordo, a parte palestina se compromete a "cessar toda atividade violenta, inclusive lançar foguetes e cavar túneis na fronteira entre Gaza e Egito, e a ação de terroristas suicidas". Israel, por sua vez, terá que suspender suas atividades em Gaza e retirar-se desse território.
Em suas declarações durante a visita à escola, Olmert disse que espera que o acordo possa ser estendido à Cisjordânia e que facilite um compromisso para a libertação do soldado israelense Gilat Shalit, prisioneiro de grupos extremistas palestinos desde 25 de junho.
Olmert explicou que continua em contato com a parte palestina para acompanhar como "os acordos se concretizam". Informou ainda que Abbas também havia prometido que deterá o contrabando de armas e explosivos do Egito.
O premiê falou da possibilidade de se reunir em breve com o presidente palestino. Por sua vez, o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, defendeu o cessar-fogo, que abre "uma nova oportunidade para o processo de paz e para as relações entre os dois povos".
Fonte: EFE