O Irã anunciou que retomará neste domingo as suas atividades de enriquecimento de urânio, um dia após o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar sanções contra Teerã por seu programa nuclear.
"Nossa resposta imediata ao Conselho de Segurança da ONU é que, ainda hoje, iniciaremos as atividades de instalação de 3 mil centrífugas na usina de Natanz, e continuaremos com velocidade total", disse Larijani, segundo a edição de domingo do jornal conservador iraniano Kayhan.
"Já havíamos dito que, se os ocidentais quisessem explorar o Conselho de Segurança, não apenas não nos deixaríamos influenciar, mas estaríamos mais determinados a perseguir nossos objetivos nucleares mais rapidamente."
A usina de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do país, é uma peça-chave da infra-estrutura nuclear iraniana.
A instalação a 320 km da capital, Teerã, foi fechada em 2003, depois que inspeções detectaram traços de urânio em grau de enriquecimento suficiente para uso em armas nucleares, que o governo iraniano afirmou terem viajado em equipamento importado contaminado.
Recentemente, a usina foi reaberta, e os planos de expansão possibilitariam ao Irã alcançar o estágio vital do processo de enriquecimento de urânio em níveis altos o suficiente para uso em armas.
No começo de 2006, o Irã anunciou que pretende ter cerca de 3 mil centrífugas funcionando em Natanz.
Para produzir combustível nuclear em escala industrial, seriam necessárias dezenas de milhares de centrífugas.
Sanções
A expansão das atividades nucleares em Natanz foi anunciada um dia após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, por unanimidade, sanções que proíbem o fornecimento de material nuclear para o Irã e "congelam" alguns recursos do país no exterior.
O documento exige que o Irã interrompa o enriquecimento de urânio, que pode ser usado tanto como combustível para usinas nucleares como para fabricação de bomba atômica.
Essa possibilidade é destacada de forma contundente por representantes do governo americano, que pedem medidas ainda mais duras contra Teerã.
O documento não prevê saída militar para a crise.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, classificou a resolução como "papel rasgado", segundo a agência Reuters, e afirmou que a intenção do Conselho é apenas intimidar o Irã.
O governo iraniano diz que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
BBC Brasil