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Irã acusa EUA por seqüestro de diplomata no Iraque

Homens armados vestidos em uniformes do Exército iraquiano seqüestraram um diplomata iraniano em Bagdá nesta terça-feira, crime atribuído por Teerã ao Exército

Homens armados vestidos em uniformes do Exército iraquiano seqüestraram um diplomata iraniano em Bagdá nesta terça-feira, crime atribuído por Teerã ao Exército dos EUA.

O governo iraquiano diz estar lidando com o caso como um "seqüestro", e afirma que o episódio pode acirrar as tensões entre os Estados Unidos e o Irã.

Jalal Sharafi, que ocupava o cargo de segundo secretário na Embaixada iraniana em Bagdá, foi seqüestrado no centro do distrito de Karrada no domingo (4) por 30 homens armados vestidos com uniformes de uma unidade especial do Exército do Iraque.

O porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Ali Hosseini, culpou as forças dos EUA pelo seqüestro do diplomata, dizendo que o crime foi cometido por um grupo ligado ao Ministério da Defesa que trabalha "sob a supervisão das forças americanas".

Forças militares dos EUA detiveram um grande número de cidadãos iranianos no Iraque, entre eles diplomatas, nos últimos dois meses, e mantém presos ao menos cinco deles.

Washington acusa Teerã de ajudar extremistas que lutam contra forças dos EUA no Iraque, e o presidente George W. Bush prometeu agir de forma agressiva para deter tal apoio.

"Tal ato terrorista foi cometido devido à ordem de Bush, com o objetivo de aumentar o confronto com o Irã", afirmou o Embaixador Hassan Kazemi Qomi à TV iraniana.

O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshiar Zebari, afirmou que o governo investiga o seqüestro. O porta-voz do Exército dos EUA negou que as forças americanas tenham sido responsáveis pelo crime.

"Não estamos cientes de tal ocorrido e não temos qualquer envolvimento com ele", afirmou o porta-voz do Exército dos EUA em Bagdá, Christopher Garver.

Vídeo

Um vídeo gravado da cabine de um A-10 americano mostra um ataque dos EUA contra um comboio britânico no Iraque, que matou por engano um soldado britânico em 2003. Segundo o jornal "The Sun", uma sucessão de erros levou à morte por "fogo amigo".

Divulgado pelo jornal e considerado secreto pelos EUA, segundo o Ministério da Defesa britânico, o vídeo é pivô de uma disputa legal sobre a morte do cabo Matty Hull, 25, em 2003.

O incidente aconteceu em 28 de março de 2003, sete dias após o início da invasão do Iraque para derrubar Saddam Hussein.

Em transcrições de trechos da gravação entre pilotos de dois aviões A-10 que oferecem suporte aéreo próximo, como bombardeamento de inimigos pelo ar como apoio a forças terrestres, é possível ouvir um deles lamentando ter atacado o alvo errado após o bombardeio, de acordo com o jornal.

Hull morreu no local do ataque em Basra (sul do Iraque), em 28 de março, apenas três dias depois de fazer aniversário. Outros quatro soldados britânicos ficaram feridos na ação.

De acordo com o "Sun", a fita aponta erros dos pilotos e dos controladores de vôo, que forneceram informações erradas a respeito de comboios de tropas aliadas na região.

Missão

Segundo o jornal, os dois pilotos estavam em uma missão para destruir artilharia e lançadores de foguetes ao norte de Basra quando atingiram os veículos militares britânicos.

Os pilotos não comunicaram aos controladores os dados precisos para estabelecer a identidade do comboio, confundiram as lonas laranjas com lança-foguetes, atacaram sem esperar o sinal verde e repetiram o ataque quando ainda não estava clara a identidade dos veículos.

Ambos são supostamente um tenente-coronel e um major americanos. Após o ataque, foram informados pelos controladores de que havia comboios amigos na área. Em seguida, souberam que haviam errado e matado um soldado da coalizão por engano.

"Estou passando mal", disse um dos pilotos. "Vão nos prender, colega", responde o outro.

Segredo

Na sexta-feira (2), o promotor adjunto do condado de Oxfordshire, Andrew Walker, se viu obrigado a suspender uma audiência do julgamento porque o Ministério da Defesa não entregou o vídeo solicitado.

O Ministério argumentou que tinha recebido o vídeo diretamente do governo americano para sua própria investigação, e comunicou ao tribunal que o material era "propriedade dos Estados Unidos" e por isso não podia ceder as imagens sem a sua permissão.

Uma porta-voz do Pentágono afirmou que o governo americano nunca publica documentos que fazem parte de uma investigação e acrescentou que quem tivesse vazado o vídeo para a imprensa teria cometido um crime.

O jornal diz que "não há nada secreto" na gravação, que no entanto é extremamente "embaraçosa" para os militares. 

Folha Online

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