A tensão social continua na Alemanha, com trabalhadores dos serviços públicos em greve há oito semanas, médicos em conflito por tempo indeterminado e, a partir de quarta-feira, paralisações de metalúrgicos. Os protestos são por melhores salários e condições de trabalho.
No entanto, não se espera na Alemanha manifestações sociais como as que tomam conta da França neste momento. As passeatas no país não chegam a desafiar o governo da chanceler Angela Merkel.
Mais de 1.000 operários da BMW de Leipzig interromperam o trabalho por uma hora nesta terça-feira numa “greve de advertência”, antecipando-se a medidas similares que serão adotadas por outras fábricas em todo o país nesta quarta-feira, numa demonstração de solidariedade ao sindicato metalúrgico IG Metall, que reivindicou 5% de aumento salarial para os 3,4 milhões de trabalhadores deste ramo econômico.
O ramo metalúrgico abrange mais de 80 setores, de automóveis e tecnologias de ponta até a siderurgia, a indústria metal-mecânica e a eletrotécnica.
O objetivo das paralisações de advertência é exercer pressão sobre os empregadores, reunidos em Gesamtmetall, que até agora não formularam nenhuma oferta formal de aumento de salários, emperrando as negociações com o sindicato IG Metall.
Enquanto o sindicato pede 5% de aumento salarial, os empregadores estimam que os aumentos não devem superar os de produtividade do setor, estimados entre 1,2% e 1,4%.
Ambos os sindicatos respeitam as “regras do jogo”, de forma que na maioria das regiões alemãs há uma trégua até a meia-noite desta terça-feira. Este não é o caso no leste da Alemanha, onde os trabalhadores da BMW foram os primeiros a parar suas atividades.
No entanto, a “Alemanha não tem uma cultura de conflito social”, resumiu o cientista político berlinense Peter Grottian, explicando que as greves, qualquer que seja sua amplitude, não ameaçam o governo.
As autoridades políticas não têm o costume de se intrometer nos conflitos salariais, cuja solução é de exclusiva competência das organizações de patrões e trabalhadores, explica Grottian.
AFP
Greve na Alemanha já dura oito semanas
None
Mundo
Mundo
Mundo
Mundo
Mundo