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General da Otan diz que drogas são maior ameaça no Afeganistão

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O Afeganistão está prestes a se tornar um narco-Estado com um cartel de drogas apresentando maior ameaça ao futuro do país do que os rebeldes do Talibã, disse um importante comandante militar da Otan na Europa neste sábado.

O Afeganistão é o maior produtor mundial de ópio, o material bruto para a heroína. O comércio de narcóticos equivale a cerca de um terço da economia do país.

Em uma entrevista ao International Herald Tribune, o general James Jones disse: “O Afeganistão está oscilando para se tornar um narco-Estado.”

“Não é o ressurgimento do Talibã, mas a ligação da economia à produção de droga, crime, corrupção e atividades no mercado negro que impõem o maior perigo para o Afeganistão”, acrescentou ele.

Jones foi nomeado comandante da Otan e das Forças dos EUA na Europa em 2003.

A produção de ópio do Afeganistão no ano passado foi de aproximadamente 4.500 toneladas e cerca de 90 por cento da heroína mundial vem do país. Especialistas disseram que o grande volume de comércio está alimentando uma revolta gradativa contra as tropas estrangeiras e o governo do Afeganistão apoiado pelo Ocidente.

A Otan planeja expandir as operações no Afeganistão nos próximos meses, que irão elevar o número das tropas estrangeiras para seu maior nível desde a derrota do Talibã em 2001.

Jones reconheceu um aumento nos ataques do Talibã nas últimas semanas, mas disse que o país “não estava renunciando ao caos”.

Ele disse que os rebeldes estavam testando a Otan em áreas onde os cartéis de droga, grupos criminosos organizados, tribos e vestígios do Talibã e da Al Qaeda se sentiam ameaçados pelos planos de expansão das forças de segurança.

“Eles querem ver se a Otan está pronta para o teste. O Talibã e a Al Qaeda não são estúpidos. Eles querem ver contra o que eles estão lutando. Estamos indo a lugares em que o espaço para o crime e narcóticos será desalojado”, disse o ex-comandante da marinha norte-americana.

Jones disse que a Otan começou a cooperar com o Irã para tentar prevenir escoltas armadas de drogas de atravessar para o país em direção à Rússia e Europa.

“O Irã agora vê que o que nós estamos fazendo no lado afegão da fronteira é benéfico”, disse ele.


Reuters

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