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Fragmentação da América Latina dificulta relações com a UE

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A América Latina, o Caribe e a União Européia (UE) realizam sua quarta reunião conjunta a partir desta quinta-feira em Viena com a incógnita sobre a evolução do mapa político sul-americano após a crise andina e os rachas no Mercosul.

Está em jogo no encontro o projeto comum de criar uma grande área de livre-comércio e de cooperação política mediante a assinatura de sucessivos acordos de associação entre a UE e os diferentes países e regiões latino-americanas.

A UE já assinou esse tipo de convênio, que inclui resoluções relativas ao diálogo político e à cooperação – e, sobretudo, um Tratado de Livre-Comércio – com o México (2000) e o Chile (2002), de forma separada.

Em Viena, são esperados progressos na negociação com o Mercosul, iniciada em 1999 mas com poucos avanços até agora, assim como a abertura de outros processos de negociação com a Comunidade Andina (CAN) e a América Central.

O último objetivo é o único considerado bem encaminhado. “É quase iminente o anúncio do início das negociações”, disse à EFE o embaixador do Panamá na UE, Pablo Garrido, cujo país exerce a Presidência rotativa do bloco centro-americano formado também por Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Costa Rica e Honduras.

A decisão, lembrou o embaixador, baseia-se no bom resultado do processo que a Comissão Européia (órgão executivo da UE) e os Governos centro-americanos desenvolveram nos últimos dois anos, com o objetivo de avaliar se a integração econômica na América Central era suficientemente sólida.

Paralelamente, a CAN realizou o mesmo processo e, segundo fontes diplomáticas do bloco, tinha as mesmas perspectivas há poucas semanas, mas a decisão da Venezuela de abandonar o grupo dinamitou o plano previsto.

Segundo um diplomata boliviano, diante deste cenário, o presidente Evo Morales pediu, em carta enviada à Comissão Européia no final de abril, que seja estabelecido em Viena um “compasso de espera enquanto a Comunidade Andina conserta seus problemas internos”.

Por outro lado, os presidentes Alejandro Toledo, do Peru; Álvaro Uribe, da Colômbia, e Alfredo Palacio, do Equador, defenderam, em mensagens similares, que a cúpula inicie “um compromisso de abrir negociações” pelo menos com seus países, segundo outras fontes andinas.

Fontes da negociação consideram que a questão deve continuar em aberto até a reunião entre os ministros das Relações Exteriores das duas regiões na quinta-feira em Viena, primeiro ato formal da cúpula, e possa ser resolvida pelos líderes nacionais na sexta-feira.

A UE não se pronunciou oficialmente até agora, mas alguns altos funcionários acham difícil se comprometer em um processo de negociação com um bloco cujo número de integrantes é incerto.

“As coisas não estão maduras porque há divergências entre os parceiros (Andinos)”, disse, na quinta-feira passada, o diretor-geral de Relações Exteriores da Comissão Européia, Eneko Landaburu.

O panorama parece ainda mais incerto porque o terremoto venezuelano na CAN parece ter afetado o Mercosul, bloco do qual Hugo Chávez quer participar, mas que o Uruguai pode abandonar para negociar um tratado de comercial com os Estados Unidos.

Alguns diplomatas latino-americanos consideram que a resposta a ser dada pela UE ao dilema andino será interpretada como uma vitória de uma ou outra das duas correntes políticas que se enfrentam na região.

Segundo essas fontes, o subcontinente está dividido entre Governos que apostam no livre-comércio como caminho para a prosperidade e outros que mantêm a tradição populista da região.


EFE

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