Uma família da cidade de Mumbai pediu ao Tribunal Supremo da Índia permissão para que seus quatro membros cometam eutanásia, informou nesta terça-feira a rede de televisão local NDTV.
Mukhtar Ahmed Shaik, que sofre de asma crônica, sua mulher, Sufiya Banoo, que tem um câncer uterino, e seus dois filhos, Khurshida, 30 anos, e Mehfooz, 26 anos, que têm distrofia muscular, pediram à Corte Suprema que os deixem morrer.
Todos eles vivem em um barraco de nove metros quadrados no distrito de Dharavi, o maior bairro de toda a Ásia, situada na cidade de Mumbai (costa ocidental da Índia), com salário de cerca de US$ 50 que Mukhtar recebe prestando serviços para uma empresa privada.
A doença dos dois filhos, que começou há dez anos, é degenerativa e incurável, e atualmente estes não conseguem fazer praticamente nada sozinhos e precisam de atenção constante.
“O simples fato de levar meus filhos de casa para o hospital custa cerca de US$ 10 cada vez”, disse Mukhtar, afirmando não agüentar mais a grave crise financeira que sofre.
Segundo o chefe de família indiano, “os médicos do hospital se renderam, mas isso não impede que leve meus filhos periodicamente, fazendo uma despesa que não posso assumir. Pedi ajuda a várias organizações, mas tudo foi em vão”.
“Nestas circunstâncias, não resta outro remédio senão suplicar ao tribunal”, acrescenta. Os médicos afirmam que não podem curar seus filhos e que a única coisa que podem fazer é aplicar um tratamento sintomático com exercícios para movimentarem os músculos que ainda não foram afetados.
“Não tenho como viver neste mundo, portanto, por favor, me ajudem com a assistência médica ou me permitam morrer, por misericórdia”, disse Mukhtar.
Ele também enviou cartas ao primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e ao presidente do país, Abdul Kalam, pedindo autorização para a eutanásia. No entanto, essa medida não é permitida na Índia, onde o caso de Mukhtar voltou a abrir o debate social sobre a conveniência de sua legalização.
EFE
Família pede permissão para cometer eutanásia
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