Um ex-diretor detido do Departamento Administrativo de Segurança (DAS), organismo estatal de inteligência da Colômbia, denunciou que havia uma conspiração para desestabilizar a Venezuela que incluía um atentado contra o presidente Hugo Chávez, informou hoje a imprensa local.
A denúncia foi feita por Rafael García, ex-diretor de Informática do DAS, em entrevista à revista “Semana”, em que ampliou declarações feitas anteriormente sobre graves irregularidades no organismo.
García acusou o ex-diretor do DAS e atual cônsul em Milão, Jorge Noguera, de entregar informações a esquadrões paramilitares de direita, de fraudar as eleições em 2002, de apagar informações sobre mafiosos e de ajudar a assassinar ativistas da oposição.
“Eu sou testemunha das coisas que aconteceram”, afirmou García, acrescentando que “havia um plano de desestabilização contra o Governo venezuelano”.
“Até onde eu sei, só duas pessoas sabiam disso, um ex-diretor de inteligência do DAS e eu. Do alto Governo colombiano, há seis pessoas comprometidas, mas não direi os nomes”, expressou.
Rafael García disse não saber se o DAS esteve envolvido no assassinato do promotor venezuelano Danilo Anderson, mas indicou que “o plano previa o assassinato de vários líderes do país”.
“O plano era contra altos funcionários venezuelanos, inclusive o presidente Chávez”, assegurou o ex-funcionário colombiano.
García acrescentou que acredita que há uma relação entre Jorge Noguera e o líder paramilitar colombiano conhecido como “Jorge 40” em uma conspiração para assassinar Hugo Chávez.
O ex-diretor relatou também que em 2002 recebeu instruções para instalar um sistema de informação por satélite em La Guajira, departamento caribenho limítrofe com a Venezuela, que aparentava ser um controle migratório mas, segundo ele, era um equipamento de espionagem.
García denunciou que funcionários do DAS entregaram aos paramilitares as listas e rotinas de sindicalistas, professores e dirigentes de esquerda que depois apareceram assassinados.
O ex-chefe de Informática do DAS acusou Noguera de uma fraude que o levou a conseguir 300 mil votos para a campanha eleitoral do presidente Álvaro Uribe em 2002.
Segundo as revistas colombiana “Semana” e “Cambio”, a situação de Noguera como cônsul em Milão é insustentável.
O ex-diretor do DAS anunciou a emissoras colombianas que chegará a Bogotá na segunda-feira para responder a acusações contra ele, e qualificou as denúncias como “fábulas”.
De acordo com a imprensa colombiana, ao sair da direção do DAS, o Governo tentou nomear Noguera embaixador no Canadá, para garantir sua segurança, mas este país não deu o beneplácito.
EFE
Ex-membro do DAS denuncia complô na Colômbia para matar Chávez
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