Após o ano mais violento no Afeganistão desde a invasão dos EUA, em 2001, a administração de George W. Bush planeja adotar novas iniciativas militares, econômicas e políticas para o país, que incluem o envio de US$ 7 bilhões adicionais.
Segundo o jornal americano "The Washington Post", se aprovado, o envio de fundos representará um grande crescimento no compromisso americano com o país.
Desde 2001, os EUA destinaram um total de US$ 14 bilhões em assistência para o Afeganistão, de acordo com informações do Departamento de Estado.
Ontem, o Exército dos EUA informou que cerca de 3.500 soldados da 10ª Divisão do Exército terão o tempo de serviço no Afeganistão estendido por mais quatro meses, como parte do esforços para fortalecer as tropas americanas no país.
Nesta sexta-feira, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, deve reunir-se com líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Bruxelas para discutir a situação do Afeganistão, como parte de uma nova estratégia diplomática para alcançar maior apoio internacional para o governo do presidente Hamid Karzai.
O Afeganistão viveu uma escalada da violência no ano passado, com freqüentes confrontos entre as forças multinacionais lideradas pelos EUA e rebeldes Taleban no sul do país, e o governo central enfrentando dificuldades para garantir o fornecimento dos serviços essenciais.
Analistas temem que a região da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão torne-se novamente um ambiente "livre" para a ação do Taleban e da rede terrorista Al Qaeda.
Segundo Kurt D. Volker, membro do Departamento de Estado dos EUA envolvido na política da Otan no Afeganistão, a questão no país não pode ser vista apenas pelo âmbito militar, mas levar em conta outros fatores como "desenvolvimento, reconstrução e combate ao narcotráfico".
Tropas
Há cerca de 34 mil soldados da Otan no Afeganistão entre eles, 12.000 americanos, segundo dados do Pentágono. O governo de Bush pressiona países como a Alemanha, a Itália e a Espanha para que retirem as restrições que impedem que suas tropas não sejam destacadas para regiões mais violentas no sul do Afeganistão, onde a ação do Taleban é mais forte.
O comandante da Otan, Bantz J. Craddock, trabalha em um levantamento das necessidades de novos equipamentos e soldados no Afeganistão e, quando o relatório estiver completo, os EUA irão pressionar seus aliados para aumentarem a ajuda para a missão no país.
Autoridades dos EUA discutem o envio de milhares de novos soldados para o Afeganistão nem todos eles americanos.
De acordo com autoridades envolvidas na questão afegã, as tropas multinacionais enfrentam um "ano sangrento" na luta com o Taleban no sul do país, e o lento progresso em lidar com problemas como corrupção, produção de ópio, construção de estradas e infraestrutura.
Folha Online