Kamal Kamal é libanês, casado com uma cubana,teve seu escritório, com duas paredes de vidraças completamente destruído com a explosão na capital do Líbano. Ele estava a apenas 2 km do ponto da explosão no porto de Beirute que deixou mais de 100 mortos e 4 mil feridos.
Kamal diz que o material explosivo – nitrato de amônio – estava armazenado no porto há mais de dez anos. “Primeiro pensei que fosse um atentado, depois ficamos sabendo que foi o armazém de explosivos. Estes explosivos entraram de forma ilegal, estavam no porto há 11 anos. Deviam ter buscado outro lugar para armazená-lo.”
Relata que na primeira explosão, a vidraça à sua frente ruiu. Ele se levantou da mesa de trabalho para escapar. Ao se virar de costas para a vidraça, a segunda explosão o atirou no chão.
“Quando ouvi a primeira explosão, levantei da cadeira. Na segunda explosão levo um empurrão e cai no chão. Bati a cabeça, costas e no pescoço. Fiquei meio artodoado, cheio de escombros e pó de vidro. Todo o telhado foi abaixo. A parte metálica se levantou do cimento. A gente tinha um quadro grande com luz externa, foi tudo abaixo. Me levantei, saí às ruas pelos escombros vejo mulheres, homens, gente chorando.”
Brasileiros que moram no Líbano também foram atingidos pela explosão.
A estudante Karim Riman disse: “A gente estava com medo, era um terremoto, era um ataque?”
A família do biólogo Tarek Rimam mora há sete anos no Líbano e a dez minutos da região portuária. “A gente está em choque, meio nervoso pelo que aconteceu foi tudo muito rápido e pegou a gente de surpresa”, disse. “Começou tudo a tremer, as janelas caíram. O ar condicionado explodiu. Tem porta que ficou emperrada pela força da explosão.”
A guia turística Amanda Kaddisi estava na rua em um dos arredores de Beirute. “Eu tava com meu filho, tentei manter a calma pra ele não entrar me pânico vendo tudo aquilo. Porque a gente não sabia se podia acontecer uma segunda explosão. A gente não sabia nem como foi, onde foi direito, então você fica assim sem saber o que fazer”.
A dona de casa Nádia Jarouche preparava o almoço no momento da explosão. “Comecei a chorar, fui buscar meu filho e a casa ainda tremendo. Foi um pânico geral, agora as coisas estão mais tranquilo.”
E estudante goiana Rima Hachtem está há três anos morando no Líbano. “A minha primeira vez que eu senti vive, senti, realmente o medo de perto.”
Ele bateu com a cabeça, mas conseguiu escapar. Seu carro estava relativamente distante, numa área com menos escombros. Ele alcançou o carro e guiou para casa. Mas considera que se salvou por milagre.