Na madrugada desta quinta-feira, 29, Elon Musk, proprietário da rede social “X” (antigo Twitter), respondeu à intimação do ministro Alexandre de Moraes, feita por meio da plataforma, com um post provocativo. Em uma de suas postagens, o empresário chega a dizer que ainda verá o ministro preso. Musk e a plataforma X recorre de decisões do ministro Alexandre de Moraes, em inquéritos que investigam a disseminação de fake news e ataques às instituições.
A polêmica entre ambos foi reforçada após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar que o bilionário nomeie um representante legal no Brasil e que se a ordem não for cumprida em 24 horas, a rede social poderá ter as operações suspensas. A lei brasileira exige que a empresa tenha representação no país. No último sábado (24), o X anunciou que vai encerrar as operações no Brasil.
O empresário ainda publicou uma postagem que destacava o “X” como o aplicativo de notícias número 1 na App Store do Brasil, acompanhada do comentário: “Alexandre de Moraes está tentando suspender a única fonte de verdade do Brasil. As pessoas querem saber a verdade.”
Elon Musk também respondeu à mensagem da intimação dizendo que o ministro um dia será preso. “Marque minhas palavras.”
Por fim, o empresário ainda ironizou com uma imagem de papel higiênico escrito “Alexandre”.
Musk é investigado no Inq 4.957, que apura a suposta prática dos delitos de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime. No dia 15, o ministro Alexandre de Moraes decidiu aumentar a multa diária imposta à rede social X de R$ 50 mil para R$ 200 mil por não bloquear o perfil do senador Marcos do Val e de outros indivíduos sob investigação.
A reação de Musk não demorou. A rede social anunciou dois dias depois o fechamento de seu escritório no Brasil. De acordo com a empresa, a decisão de encerrar as operações no país foi motivada pela ameaça de prisão feita pelo ministro Moraes, que teria estipulado multa e a detenção da diretora por desobediência, caso as ordens judiciais não fossem cumpridas.
A plataforma afirmou ainda que, apesar do fechamento do escritório, continuaria disponível para os usuários brasileiros. Ainda na mesma semana, foi pautado na 1ª turma do STF recursos da rede social contra as determinações de bloqueios de perfis de investigados por postagens envolvendo atos golpistas, discursos de ódio e ataques a instituições.