Três dirigentes da Conferência Al Beja, o principal grupo rebelde do leste do Sudão, foram libertados pelas autoridades sudanesas, informaram fontes da organização.
O anúncio foi feito por Abdula Musa Abdula, secretário-geral do braço político do grupo, em entrevista coletiva na província do Mar Vermelho, na qual informou que Ali Hussein, Suleiman Mohammed Titeh e Ali Omar foram colocados em liberdade no domingo.
“Esses dirigentes, que tinham sido detidos há três meses na cidade de Kasala (próximo à fronteira com a Eritréia), eram os últimos presos políticos do leste do Sudão, região na qual ainda está vigente a lei de emergência”, ressaltou Abdula.
O responsável da Conferência Al Beja em Kasala, Yaafar Mohammed Adam, explicou à Efe que a libertação “representa um passo na direção correta, parte da distensão vivida ultimamente pelo país”.
Adam ressaltou que a medida beneficiará as negociações de paz que representantes do Governo sudanês e da Frente do Leste, coalizão opositora liderada pela Conferência, planejam manter em Asmara, capital da Eritréia.
Nesse sentido, o chefe do bloco de deputados do Movimento Popular de Libertação do Sudão do Parlamento sudanês, Yasser Armam, revelou que o Governo e a Frente do Leste farão reuniões para preparar as conversas de paz ainda este mês em Asmara.
As autoridades sudanesas consultam o Governo da Eritréia para os preparativos finais das negociações, acrescentou Arman.
A luta dos rebeldes do leste se intensificou no ano passado, quando um número indeterminado de pessoas morreu e outras ficaram feridas em uma manifestação que foi reprimida a tiros pelas forças de segurança sudanesas, na cidade de Port Sudan, no litoral sudanês do Mar Vermelho.
Os insurgentes dizem que lutam para terminar com a marginalização e a pobreza que castigam o leste, região na qual fica o único porto do país, que é usado para exportar o petróleo sudanês que chega à região por um oleoduto das jazidas do sul.
EFE
