O jornalismo é uma profissão de risco na América Latina, disse a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), destacando o assassinato de vários repórteres no México desde outubro, o aumento da repressão à imprensa em Cuba e a deterioração da liberdade de expressão na Venezuela.
Num relatório sobre a liberdade de informação nas Américas divulgado na segunda-feira, a SIP, que reúne os maiores jornais do continente, ressaltou que, nos últimos dois meses, aumentou a tensão entre os governos e os meios de comunicação na Argentina, na Bolívia, no Equador e no Uruguai.
No último semestre, o México foi cenário dos piores crimes contra jornalistas em todo o continente americano, com a morte de sete repórteres, supostamente nas mãos de organizações criminosas, e o desaparecimento de outros dois.
"O crime organizado e os abusos das autoridades no poder persistem como as ameaças principais, assim como a impunidade dessas agressões", afirmou o órgão, que lembrou que nos últimos seis anos mais de 30 jornalistas foram mortos no México.
A SIP também condenou o assassinato, em janeiro, de um fotógrafo no Haiti.
Segundo o informe, Cuba aumentou a repressão contra os repórteres independentes desde que Fidel Castro transmitiu a Presidência a seu irmão Raúl, no ano passado. De acordo com a SIP, 28 jornalistas estão presos na ilha. Cuba acusa os jornalistas independentes que atuam na ilha de ser ativistas políticos contratados pelos Estados Unidos.
A Venezuela também foi um destaque negativo do relatório. "O processo que o governo do presidente Hugo Chávez vem desenvolvendo na Venezuela para suprimir a liberdade de expressão e informação … registra ações, ameaças e incidentes cada vez mais graves."
A SIP afirmou que a Venezuela usa a publicidade estatal para pressionar os meios de comunicação e as emissoras de TV públicas para fazer "doutrinação ideológica".
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