Mundo

Começa o julgamento de Josef Fritzl; austríaco se declarou culpado de

O austríaco Josef Fritzl, 73, que sequestrou, estuprou e manteve refém durante 24 anos sua própria filha, Elisabeth, que deu […]

O austríaco Josef Fritzl, 73, que sequestrou, estuprou e manteve refém durante 24 anos sua própria filha, Elisabeth, que deu à luz sete crianças, frutos do incesto, começa a ser julgado nesta segunda-feira, diante de um júri popular na pequena cidade de Sankt Pölten, 60 quilômetros a oeste de Viena, na Áustria. Caso condenado à pena máxima prevista para os delitos que cometeu, o engenheiro pegará prisão perpétua. O veredicto deve ser divulgado no dia 20 de março.

Apenas o acusado comparecerá ao tribunal durante os cinco dias previstos de audiências, que acontecerão a portas fechadas. A declaração de Elisabeth, hoje com 42 anos, foi filmada em vídeo, e será apresentada apenas aos três magistrados e oito jurados do caso. O caso de incesto, que se passou no município de Amstetten, veio à tona em abril do ano passado quando a filha mais velha de Elisabeth precisou ser hospitalizada.

Elisabeth também conta no vídeo como foram os 8.642 dias que passou trancafiada no cativeiro de 60 metros quadrados, sem luz nem ventilação natural, no qual criou três filhos que não conheceram outra coisa senão o porão, até serem libertados em abril do ano passado. As outras três crianças nascidas dos estupros sistemáticos, de saúde frágil e mais barulhentas, foram levadas por Fritzl para viver com ele e sua mulher em casa.

Josef Fritzl é acusado de homicídio, por ter se negado a dar assistência médica a um dos bebês de Elisabeth, que nasceu com problemas em 1996 e acabou morrendo. Além disso, responderá pelas acusações de escravidão, estupro, sequestro, ameaça com agravante e incesto, pelas quais deve se declarar culpado. O código penal austríaco não contempla a acumulação de penas, prevalecendo a mais dura.

A promotoria também pede a internação de Fritzl em um centro psiquiátrico, ainda que todos os exames médicos tenham concluído que o réu era responsável por seus atos. A investigação vasculhou os 24 anos de vida dupla de todos os envolvidos no caso, principalmente da mãe de Elisabeth, que levava uma vida normal na casa, em cima do cárcere da filha, sem qualquer janela ou ventilação.

Fritzl "amava sua filha à sua maneira", explicou seu advogado, Rudolf Mayer, à agência austríaca APA. Alimentava e vestia a segunda família, ensinou as três crianças que ficaram com a mãe no porão a ler e escrever, comprava para eles presentes de Natal e aniversário. Por outro lado, ameaçava matá-los com gás se tentassem fugir.

Mídia

As autoridades austríacas já restringiram o acesso da imprensa à sala em que ocorrerão as audiências. Por ordem da Justiça, os jornalistas só poderão acompanhar a leitura das acusações, que acontecerá nesta segunda, e o anúncio do veredicto, previsto para sexta-feira, não podendo assistir as quase 11 horas de gravação do depoimento em vídeo de Elizabeth

Para obter outras informações, os 200 jornalistas credenciados para cobrir o que muitos consideram o "julgamento do século" terão que se virar para encontrar suas fontes. A vigilância sobre os oito membros do júri será total para evitar vazamentos de qualquer tipo de informação à imprensa. As medidas de segurança são tamanhas que 100 agentes vão vigiar o desenrolar do processo.

Jornais sensacionalistas, como o tablóide britânico "The Sun", já ofereceram até 10 mil euros a quem conseguir uma foto de Fritzl na prisão. Os acessos ao tribunal também já foram bloqueados, e o espaço aéreo ficará fechado a um raio de um quilômetro da sala e até uma altura de 1.800 metros sobre Sankt Pölten.

A avalanche de repórteres estrangeiros é tal que as 409 vagas oferecidas pelos hotéis de três e quatro estrelas da cidade já estão reservadas. Foram feitas inclusive melhorias no serviço de telefonia celular local para que a rede não fique saturada.

Elisabeth e uma de suas filhas já foram localizadas e fotografadas há um mês pelo tablóide "The Sun", apesar de a família ter mudado de nome e ido viver em outra região do país.

As autoridades austríacas já avisaram que tanto a divulgação das deliberações feitas a portas fechadas como o assédio a qualquer um dos implicados serão tratados como uma violação às ordens da Justiça.

Na Áustria, a imprensa mais progressista, como a revista "Falter", critica o teatro armado em torno do caso e a falta de ação das autoridades para proteger as vítimas. Por outro lado, os diários sensacionalistas criticaram que se oculte do público detalhes do julgamento. 

Fonte: Folha Online

COMPARTILHE

Bombando em Mundo

1

Mundo

Após decisão do STJ, Ruy Gaspar comemora e diz que Hotel Tambaú voltará ao cenário da hotelaria internacional: “cartão-postal para o mundo”

2

Mundo

Guinness: Maior e menor cachorro do mundo se encontram pela primeira vez

3

Mundo

Morre José Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos

4

Mundo

Paraibana é aprovada em sete universidades dos Estados Unidos aos 20 anos; jovem é ex-aluna do IFPB

5

Mundo

Estados Unidos e China anunciam redução de tarifas recíprocas após acordo durante reunião em Genebra