Um colega de trabalho do homem que, por oito anos, manteve Natascha Kampusch presa dentro de uma cela construída debaixo de sua garagem afirmou na quarta-feira ter se encontrado com a austríaca durante o sequestro e que ela parecia feliz.
Ernst Holzapfel contou, em uma entrevista coletiva, como foi apresentado a Kampusch na metade de julho, quando o seqüestrador, Wolfgang Priklopil, foi à casa dele para comprar um trailer. “Eu abri a porta e fui apresentado à jovem que seria uma conhecida sua, mas cujo nome não mencionou”, disse. “Claro que não tinha idéia de quem ela fosse”, acrescentou. “Eu apertei a mão dela e ela respondeu, educadamente, ‘olá'”, contou Holzapfel. “Ela parecia estar feliz e satisfeita.”
Holzapfel disse ter ficado surpreso ao ver seu colega de 44 anos de idade ao lado da jovem e que ficou se perguntando se ela era namorada dele. “Sempre imaginei que, quando se trabalha com alguém durante anos, a gente ficaria conhecendo essa pessoa. Eu nunca percebi nada. Nunca pensei que algo horrível assim pudesse acontecer.”
Um dos crimes mais famosos da Áustria tomou conta do país depois de Kampusch ter ressurgido, na quarta-feira. Em 1998, Priklopil sequestrou a austríaca, então com 10 anos, quando ela ia para a escola. O homem matou-se pouco depois de Kampusch ter escapado. Ela fugiu quando ele foi atender ao telefone no momento em que ela passava o aspirador de pó no carro dele.
Tristeza pelo suicídio
Kampusch afirmou ter ficado triste com o suicídio do seqüestrador já que ele havia sido parte da vida dela. Sem dar maiores detalhes, a polícia austríaca disse que a garota teve “contato sexual” com o homem.
Priklopil era sócio de Holzapfel em uma empresa de construção e, durante muitos anos, os dois reformaram vários apartamentos e estabelecimentos comerciais juntos. “Ele trabalhava com sistemas de ventilação e instalações sanitárias”, contou Holzapfel, que esteve várias vezes na garagem de Priklopil sem ter percebido a entrada para o quarto de seis metros quadrados em que Kampusch vivia. A entrada ficava dentro de um fosso usado para consertar carros. “Ele vivia para consertar carros”, afirmou Holzapfel.
Kampusch tem recebido atendimento em um local não divulgado, protegida dos meios de comunicação, e estaria sofrendo da “síndrome de Estocolmo”, um transtorno psicológico no qual pessoas mantidas presas por longos períodos acabam se identificando com seus captores.
“Nos oito anos e meio, ela cresceu com ele, mental ou psicologicamente”, afirmou o pai da garota, Ludwig Koch, em uma entrevista concedida na terça-feira ao canal alemão de TV N24. Priklopil também disse a Kampusch que havia pedido um resgate, mas que não tinha conseguido falar com o pai dela, disse Koch.
Koch esperava que a filha fosse feliz novamente e disse que a morte teria sido a punição mais amena para o seqüestrador dela. “Ele deve ter sido uma criatura horrível, cuja única forma de existir era sequestrando alguém”, disse. “Tenho sentimentos de ódio e de pena.”
Reuters
Colega de seqüestrador diz que garota austríaca era feliz
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