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China vai desenvolver tecnologia de armamentos

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O Governo da China anunciou hoje um novo plano de 15 anos para o desenvolvimento de armamento de alta tecnologia, dois dias depois de o Pentágono acusar a China de ser “uma futura ameaça” militar na Ásia, informou a agência de notícias “Xinhua”.

O plano 2006-2020 visa a “aumentar a capacidade de inovação, desenvolvimento e fornecimento de armamento de nova geração”, e foi apresentado hoje em reunião de analistas da Comissão de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional.

De acordo com o programa, que foi anunciado sem detalhes, as prioridades serão o desenvolvimento de armamento de alta tecnologia, das instalações para fabricá-los e de indústrias avançadas de uso militar e civil.

O objetivo é conseguir que o Exército de Libertação Popular (ELP) – o maior em número de soldados do mundo, com mais de dois milhões de efetivos – se torne Forças Armadas “mecanizadas e informatizadas”.

A notícia, que ganhou destaque da agência “Xinhua”, parece responder o relatório anual do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais uma vez, o órgão americano se mostrou alarmado pelo crescimento militar da China e pela falta de transparência de suas despesas militares.

O porta-voz de Assuntos Exteriores chinês, Liu Jianchao, disse hoje, em entrevista coletiva aos jornalistas americanos, que Washington não pode provar que exista essa falta de transparência, e considerou “sem fundamento” as acusações americanas.

O resumo do documento explica que o crescimento militar chinês visa à preparação para contingências no estreito de Taiwan, incluindo a possibilidade de uma intervenção dos EUA – aliado tradicional de Taipé, apesar de reconhecer Pequim como único Governo legítimo na China.

A imprensa dos EUA perguntou hoje ao porta-voz de Exteriores chinês de quem Pequim quer se defender. Liu respondeu que “todos os países modernizam seus Exércitos, e a China tem uma longa fronteira que compartilha com muitos outros países”.

O plano, cujas linhas gerais foram explicadas hoje, inclui o desenvolvimento de tecnologias na indústria espacial, aviação, navegação marítima, combustíveis e energia nuclear, “tanto para propósitos civis como militares”, disse.

A agência de notícias citou como exemplos o desenvolvimento de aviões de grande porte, reatores nucleares de alta temperatura resfriados a gás e missões espaciais tripuladas e de prospecção nuclear.

Ao apresentar o programa, a China lembrou que seu orçamento militar, muito criticado pelos EUA, chega a US$ 26,5 bilhões, equivalente a 5% do americano. No entanto, Washington garante que os números reais são muito maiores.


EFE

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