A escalada militar registrada hoje na fronteira entre Israel e Líbano foi interrompida graças a um acordo obtido pela força de interposição da ONU na região, a pedido do Governo de Beirute.
O Exército israelense cessou os bombardeios por terra e ar contra o sul do Líbano a pedido do Governo de Beirute, que enviou nesta tarde tal solicitação por meio das Nações Unidas.
A escalada da violência, a pior na região desde que Israel se retirou do sul do Líbano em maio de 2000 – segundo fontes militares -, começou antes do amanhecer, quando militantes de uma organização não identificada dispararam vários foguetes contra povoados civis no extremo noroeste de Israel.
A princípio, Israel considerou o Hisbolá como responsável pelos disparos, mas a Jihad Islâmica reivindicou o ataque em comunicado divulgado na Faixa de Gaza.
A nota à imprensa informava que a ação foi uma resposta à morte de um membro da Jihad e de seu irmão na última sexta-feira no sul do Líbano, ataque que Israel negou ter feito.
“O Estado de Israel vê o Governo libanês como responsável por qualquer ataque terrorista procedente do Líbano, e atuará no território de onde vier qualquer ataque terrorista”, disseram porta-vozes militares.
Horas depois, franco-atiradores libaneses dispararam contra dois soldados israelenses na área do kibutz de Manara, ferindo um deles no abdômen.
A resposta do Exército israelense foi rápida, e a artilharia bombardeou várias posições no sul do Líbano durante o dia, enquanto sua Força Aérea atacou duas bases da Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral (FPLP – Comando Geral), com o argumento de que serviam para o armazenamento de armas e munição.
Em seguida, um militante do Hisbolá morreu e um soldado israelense ficou gravemente ferido nos confrontos. A princípio, o segundo tinha sido dado por morto pelas fontes libanesas.
A escalada armada na região levou o Exército israelense a declarar situação de emergência em todas as cidades ao longo da fronteira com o Líbano, razão pela qual as aulas foram suspensas e a população teve de permanecer nos refúgios até a obtenção do acordo pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul).
Fontes militares informaram que o Governo libanês pediu a Israel o cessar-fogo da artilharia, em uma solicitação encaminhada por oficiais da força de interposição da ONU. Essa informação foi confirmada pela televisão libanesa “Al-Manar”, operada pelo grupo fundamentalista Hisbolá.
Segundo o canal, as negociações para a suspensão das hostilidades foram negociadas na sede do Finul, no sul do Líbano.
Já o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que, se os ataques continuarem, a resposta de Israel será “muito dura”.
“A resposta israelense (de hoje) é uma advertência muito séria aos palestinos no Líbano do que pode acontecer caso prossigam os ataques”, disse o chefe de Governo israelense em entrevista coletiva com o presidente Moshé Katsav.
Israel se retirou do sul do Líbano em maio de 2000, após 18 anos de ocupação de uma faixa de 20 quilômetros de extensão.
O Hisbolá evoca a autodefesa para justificar seus ataques, lembrando que aviões de reconhecimento israelenses sobrevoam freqüentemente o território libanês e que Israel ainda ocupa uma região conhecida como as Fazendas de Chebaa, no extremo leste da fronteira.
Para Israel, assim como para a ONU – que fixou a linha fronteiriça em 2000 -, as fazendas não são parte do território do Líbano, mas da Síria, já que o Exército israelense ocupou esse país na Guerra dos Seis Dias (1967).
Há várias semanas, o enviado da ONU para o Líbano pediu a Beirute e Damasco que cessem a disputa territorial pelas fazendas, a fim de que se decida que país obterá de volta as terras ocupadas por Israel.
EFE
Cessa escalada militar na fronteira entre Israel e Líbano
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