O presidente da Bolívia, Evo Morales, reafirmou nesta segunda-feira a decisão de retirar os cidadãos brasileiros que exploram terras na faixa de 50 km em torno da fronteira boliviana, no norte, nordeste e leste do País.
Dois dias após lançar uma “revolução agrária”, que envolverá 2,5 milhões de hectares de terras, apesar da oposição dos empresários do setor agropecuário, a administração Morales resolveu aplicar efetivamente a lei que proíbe a estrangeiros a posse de terras no trecho de 50 km em torno da fronteira.
Agricultores brasileiros, argentinos e russos ocupam esta faixa da fronteira boliviana, geralmente associados à empresários bolivianos, que são qualificados pelo governo de Morales de especuladores e latifundiários.
O vice-ministro de Coordenação dos Movimentos Sociais, Alfredo Rada, garantiu que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, está de acordo com a decisão de Morales. “Os representantes do governo brasileiro já indicaram que não vão defender a situação ilegal de seus cidadãos presentes no território fronteiriço boliviano”, afirmou Rada.
Segundo o funcionário, Brasília concorda que deve prevalecer a lei boliviana e que os brasileiros devem ser retirados das propriedades ilegais, desde que seus direitos humanos sejam respeitados. O governo do presidente Lula está preocupado “com os direitos dos cidadãos brasileiros que trabalham no solo boliviano”, destacou Rada.
Morales entregou no sábado alguns títulos de propriedade a agricultores bolivianos, em uma cerimônia realizada em Santa Cruz, no leste do país, região que concentra o maior potencial agropecuário da Bolívia e onde estão os maiores empresários do setor.
AFP
Bolívia reafirma retirada de brasileiros da fronteira
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