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Blair convoca o mundo a apoiar o “novo” Iraque

Muitos países, tais como a Alemanha e a França, opuseram-se à invasão do Iraque, e Blair considerou ter chegado a hora de haver uma reconciliação, não apenas em

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, conclamou o mundo, na sexta-feira, a dar apoio a um novo e democrático Iraque e defendeu a realização de grandes reformas em organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) para ajudar no enfrentamento das crises mundiais.

Muitos países, tais como a Alemanha e a França, opuseram-se à invasão do Iraque, e Blair considerou ter chegado a hora de haver uma reconciliação, não apenas em Bagdá, mas também na comunidade internacional.

“A guerra dividiu o mundo. A luta dos iraquianos por democracia deveria uni-lo”, disse Blair, segundo trechos do discurso a ser proferido na Universidade Georgetown. “Eles precisam do nosso apoio”, acrescentou.

O premiê, que visitou Bagdá nesta semana, deve argumentar que o Iraque é um “filho da democracia, lutando para nascer” e que o mundo deveria dar apoio ao novo governo do país.

A Grã-Bretanha foi o maior aliado dos EUA na invasão de março de 2003, e tanto Blair quanto o presidente norte-americano, George W. Bush, perderam popularidade diante de seus eleitores à medida que aumenta o número de mortes entre os soldados aliados e os iraquianos.

Os dois países sofrem pressões para retirar suas forças do Iraque, mas Bush e Blair já deixaram claro em uma entrevista à imprensa na quinta-feira à noite que o momento da retirada ainda não havia chegado.

O premiê deve repetir na sexta-feira que “qualquer cronograma arbitrário” para a saída dos soldados seria interpretado como um sinal de fraqueza.

Blair também deve usar seu discurso, o terceiro de uma série, para defender a realização de grandes reformas na ONU, especialmente no Conselho de Segurança da entidade, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial.

“Um Conselho de Segurança que tem a França como membro permanente, mas não a Alemanha, a Grã-Bretanha, mas não o Japão, a China, mas não a Índia, para não falar da ausência de representantes da América Latina e da África, não pode ter legitimidade no mundo moderno”, declarou o dirigente no discurso.

Segundo Blair, o secretário-geral da ONU precisa de mais poderes e as operações de ajuda humanitária e de incentivo ao desenvolvimento precisam ser melhoradas.

O chefe do organismo internacional também deveria ter a chance de propor soluções ao Conselho de Segurança a fim de resolver disputas prolongadas, afirmou o premiê.

Ele defendeu ainda uma reforma do Banco Mundial e do FMI, argumentando: “Há motivos, e isso já foi argumentado antes, para a fusão deles”.

O discurso do premiê citou de passagem o Irã, que enfrenta os EUA, a Alemanha, a França, a Grã-Bretanha e outras potências devido a seu programa nuclear.

O governo iraniano afirma que pretende dominar a tecnologia atômica com o fim exclusivo de produzir energia. Mas muitos suspeitam que o país pretenda desenvolver armas nucleares.

Segundo Blair, há bons argumentos para criar um sistema multilateral seguro de enriquecimento de urânio a ser usado na produção de energia, sistema a ser monitorado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Assessores do premiê disseram que ele deixaria claro que mudanças não poderiam ser impostas ao Irã, mas que o país islâmico precisava atender às exigências feitas pela comunidade internacional.


Reuters

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