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Bancos e países doadores discutem envio de ajuda a palestinos

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Países doadores e instituições financeiras internacionais reuniram-se nesta quarta-feira para discutir as propostas da União Européia (UE) sobre a criação de um mecanismo de ajuda, capaz de impedir o colapso dos serviços básicos nos territórios palestinos.

A Comissão Européia (Poder Executivo do bloco) prevê enviar dezenas de milhões de dólares aos territórios mensalmente, para manter os serviços públicos como os de saúde e de educação e garantir o pagamento de algum tipo de retribuição para médicos, enfermeiros e professores palestinos.

Na terça-feira, países-membros da UE reuniram-se para tentar resolver suas desavenças em torno de um mecanismo que, segundo o Quarteto de mediadores para o Oriente Médio — formado por EUA, Rússia, o bloco europeu e a Organização das Nações Unidas (ONU) —, era necessário a fim de aliviar a crise financeira dos palestinos.

As discussões foram ampliadas na quarta para abranger o Quarteto, outros países doadores, entre os quais o Japão, bem como o Banco Mundial e outras instituições financeiras.

A Comissão Européia deseja colocar o mecanismo em funcionamento até o final de junho, mas o aval norte-americano é crucial para saber se órgãos como o Banco Mundial estarão envolvidos nesse esforço.

Os grandes doadores do Ocidente, liderados pelos EUA, congelaram o envio direto de ajuda para o governo palestino depois de o Hamas ter vencido as eleições de janeiro. O grupo continua se recusando a reconhecer a legitimidade de Israel, a renunciar à violência e a aceitar os acordos de paz interinos.

No entanto, a deterioração das condições de vida nos territórios palestinos e a preocupação com o clima de instabilidade na região fizeram nascer um acordo sobre a criação de um canal de ajuda que não passaria pelas mãos do Hamas, considerado um grupo terrorista pelos EUA e pela UE.

Os próprios países-membros do bloco europeu divergem, no entanto, sobre a amplitude do mecanismo de ajuda. Alguns, como a França, defendem o envio de fundos para o pagamento de salários com o intuito de manter serviços básicos, como os de saúde e de educação, em funcionamento. Outros, entre os quais a Grã-Bretanha, desejam enviar uma ajuda limitada à área de saúde, em especial para os serviços de emergência.

Um diplomata francês disse que seu governo era favorável às propostas da Comissão e que também defendia a ampliação do envio de fundos para as forças de segurança.

Um diplomata de um outro país-membro da UE afirmou acreditar que as diferenças estavam diminuindo e acrescentou: “Acho que estamos elaborando um mecanismo mais amplo”.

Um terceiro diplomata disse na terça-feira que a Grã-Bretanha teria dificuldades para aceitar a ampliação dos esforços de ajuda, mas reconheceu que, por exemplo, enviar suprimentos para hospitais seria algo inútil se esses locais não tiverem eletricidade ou funcionários.

Emma Udwin, porta-voz da Comissão Européia, descreveu as negociações de terça-feira como uma “boa discussão inicial”, mas não quis oferecer maiores detalhes.

A comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, reuniu-se com o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, na quarta-feira a fim de discutir o mecanismo, mas não divulgou informações sobre o conteúdo da conversa.


Reuters

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